Uma empresa espanhola foi selecionada para instalar um parque solar com capacidade para produzir 5 MegaWatts (MW) para abastecer a ilha cabo-verdiana da Boa Vista, através de um contrato de fornecimento de eletricidade com aval do Estado, lê-se na Lusa.
De acordo com um despacho do vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, o projeto da Gamma Solutions SL foi escolhido em concurso público, tendo sido criada para o efeito a empresa Nordian Cabo Verde, “para conceber, construir, comissionar, financiar, possuir, operar e manter” a central elétrica solar fotovoltaica de 5MW em Ervadão, ilha da Boa Vista.
Segundo a Lusa, o Governo cabo-verdiano traçou o objetivo de até 2030 garantir uma penetração de energias renováveis superior a 50% em todo o país e a legislação em vigor define que a implementação de qualquer projeto de “capacidade adicional de larga escala com base em fontes de energia renovável” deverá ser fornecida por produtores privados, através de concurso público.
O despacho, lê-se na mesma notícia, prevê que o contrato de aquisição de energia, a produzir pela central, será estabelecido entre os promotores do projeto e a empresa pública Água e Energia da Boa Vista (AEB), enquanto subconcessionária da rede de distribuição. Contudo, também admite que a situação “económica e financeira” da AEB é atualmente “difícil”, pelo que o Governo, “para viabilização do projeto”, aprovou a inclusão no contrato com a empresa privada a “concessão de uma garantia do Estado”, a qual “assegura os pagamentos em caso de incumprimento” por parte da empresa pública, prevendo a “manutenção de uma conta garantia com pelo menos três meses do valor médio de faturação mensal”.
A autorização dada pelo Governo prevê a concessão de uma garantia-aval, pela Direção-Geral do Tesouro, a favor da AEB, no valor de 21 milhões de escudos (190 mil euros) e válida por 25 anos prorrogáveis, para “garantia do contrato de aquisição de energia”.