A Águas do Centro Litoral (AdCL) participa, desde setembro de 2020, num projeto piloto, Life – ECOdigestion 2.0, que pretende “aumentar a autossuficiência energética das estações de tratamento de águas residuais (ETAR) com energias renováveis, em prol da economia circular no setor da água”, pode ler-se num comunicado.
O desenvolvimento do projeto está a cargo do consórcio composto pela Global Omnium (Águas de Valencia), a Finnova (empresa belga) e a AdCL.
O projeto Life – ECOdigestion 2.0 visa a produção de energia verde, como o biogás, a partir da codigestão de lamas e novos substratos, como o efluente suinícola. Pretende-se, assim, com este projeto, “gerar uma ferramenta de controlo e gestão de digestão, com base nos resultados do projeto anterior de ECOdigestion Life (LIFE13 ENV / ES / 000377), que permita manter a estabilidade do digestor anaeróbio maximizando a produção de biogás, originando um aumento de produção de biogás para a mesma quantidade de substrato e de acordo com as necessidades da ETAR e um aumento de metano (CH4) no biogás”, refere o comunicado divulgado pela AdCL.
Desta forma, e após confirmação dos resultados obtidos e implementação da ferramenta, “evitarse-á a superprodução, que envolve a queima do biogás gerado, ou a subprodução, que leva ao consumo de energia de fontes não renováveis”, precisa o comunicado.
Este projeto pioneiro em Portugal iniciou na ETAR do Coimbrão, em Leiria, em setembro de 2020 e tem uma duração de 42 meses, e conta também com a participação de uma outra infraestrutura em Espanha. A equipa da AdCL, composta por trabalhadores do I&D (Investigação & Desenvolvimento), da Direção de Operação de Águas Residuais (DOAR), da Direção de Manutenção (DMAN) e do Laboratório, está a promover estes ensaios, que permitirá calibrar a ferramenta.
Após a conclusão do projeto Life – ECOdigestion 2.0, a aplicação desta nova tecnologia visa uma “melhoria no funcionamento das ETAR com digestores anaeróbios, uma vez que poderá reduzir os custos com o tratamento das águas residuais”. Além disso, “otimizará a produção de biogás de acordo com as necessidades em todos os momentos e ajudará a cumprir os regulamentos relativos à produção de energias renováveis, sobre a economia circular ou acordos internacionais sobre limites de emissão, como o Acordo de Paris”, destaca a empresa.
O Life – ECOdigestion 2.0 tem um custo de mais de 971 mil euros, cofinanciado em 55% pela União Europeia, no âmbito do programa LIFE, instrumento financeiro de apoio a projetos de preservação do ambiente e da natureza em toda a União Europeia.