A Tailândia destruiu, hoje, mais de duas toneladas de marfim, uma vitória para os grupos de defesa dos animais que lutam contra o comércio ilegal de presas que tem vindo a empurrar os animais para a extinção. O ato, em que um triturador industrial destruiu 2.155 quilogramas de marfim antes da incineração, foi presidido pelo líder da junta militar Prayut Chan-O-Cha, tendo sido a primeira vez que Banguecoque adotou medidas para destruir parte do seu arsenal.
“Isto é para mostrar a forte determinação do governo tailandês na oposição ao tráfico de marfim e que a Tailândia vai cumprir com as regras internacionais”, afirmou Prayu Chan-o-cha, durante a cerimónia.
Os defensores dos direitos dos animais acusam há muito tempo os sucessivos governos da Tailândia — civis e militares — de fechar os olhos ao lucrativo negócio. Os ativistas têm vindo a pressionar Banguecoque para destruir o seu ‘stock’, como prova da sua determinação em eliminar o risco de o marfim que é apreendido pelas autoridades voltar a entrar no mercado negro por via de funcionários corruptos.
A imprensa estatal do Vietname também noticiou hoje que, nos últimos dias, foram feitas duas grandes apreensões de presas de elefante importadas ilegalmente para o país. Na mais recente, foi apreendida uma “grande quantidade”, não especificada, de presas escondidas em sacos de feijão vermelho num contentor procedente da Malásia, isto depois de, na semana passada, terem sido apreendidas duas toneladas oriundas da Nigéria. Em meados deste mês, as alfândegas do Vietname apreenderam 735 quilos de marfim e cornos de rinoceronte no porto de Tien Sa, na cidade de Da Nang, provenientes de Moçambique. Segundo o diário vietnamita Tuoi Tre News, que citou um comunicado oficial, o marfim e os cornos de rinoceronte estavam escondidos dentro de blocos de mármore falso, depois de terem sido desembarcados em dois contentores transportados num navio.
Vários cidadãos do Vietname têm sido detidos nos últimos anos em Moçambique, na posse de dentes de marfim e cornos de rinoceronte, contrabandeados para aquele país asiático, onde se acredita que os mesmos têm propriedades terapêuticas.
O marfim e os cornos de rinocerontes contrabandeados em Moçambique são extraídos de animais abatidos na caça furtiva no país, mas, principalmente na África do Sul, onde as autoridades locais destacaram o exército para o combate ao abate ilegal de elefantes e rinocerontes.
O aumento da procura de marfim na Ásia é apontado como estando na origem da subida do número de elefantes mortos em África, dado que as autoridades não conseguem desmantelar as redes de contrabando.