Representando Portugal mais de metade da área acumulada das Zonas Económicas Exclusivas Marítimas localizadas na Europa — e pertencentes a países da União Europeia —, a CIP diz ser “incompreensível que o Mar não seja explicitamente assumido como prioritário no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)” conforme indicado na visão estratégica defendida por António Costa Silva, lê-se numa nota desta confederação.
O presidente da CIP (Confederação Empresarial de Portugal), António Saraiva, acompanhado pelo presidente do Conselho Estratégico da Economia do Mar, Manuel Tarré, e do especialista internacional em Economia Azul, Miguel Marques, reuniram-se no dia 12 de março com o ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, para alertar o Governo sobre a necessidade de o Mar integrar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Para a CIP, “será difícil explicar aos portugueses e aos europeus, severamente atingidos pela crise económico-social provocada pela pandemia, a ausência do mar neste instrumento fundamental para a recuperação de Portugal”. Assim como, defende a CIP, tornar-se-á “mais árduo para Portugal e para a Europa aumentarem o emprego e a riqueza, com expressão no PIB, se ignorarem a economia azul e todo o seu potencial, considerado chave para o aumento das exportações”.
Mas, precisa a CIP, a “força motriz ” no mar manifesta-se também noutros setores e áreas: “Por exemplo, na fileira alimentar, o mar é um dos principais setores exportadores; nos portos, a construção naval e os transportes marítimos são vitais para a capacidade exportadora do país; no processo de descarbonização, os oceanos são o ativo mais importante na concretização deste desafio civilizacional; na área da defesa nacional, a ciência, a robótica azul e a biotecnologia são alavancas para a inovação e transformação digital”. Depois, está o turismo azul , que se revelou como o “setor nacional mais dinâmico antes da pandemia”, precisa a CIP.