Ana Cristina Coelho, docente e investigadora do Centro de Eletrónica, Optoelectrónica e Telecomunicações (CEOT) da Universidade do Algarve (UAlg), liderou uma investigação sobre o declínio do sobreiro que foi recentemente publicada na revista PLoS ONE. O declínio do sobreiro é uma realidade na Península Ibérica e os produtores algarvios estão entre os mais afetados, pode ler-se no comunicado da UAlg.
O estudo deste fenómeno tem-se focado em vários fatores que podem contribuir para o problema, sendo um dos mais importantes a interação do sobreiro com o microorganismo oomiceta Phytophthora cinnamomi, que se encontra no solo e invade as raízes das árvores provocando o seu apodrecimento.
Num ensaio experimental de longa duração, foi identificado e quantificado o conjunto de proteínas (proteoma) presente nas folhas de sobreiros não inoculados e inoculados nas raízes com P. cinnamomi. As proteínas referenciadas são potenciais indicadores de diagnóstico de infeção da árvore pelo oomiceta, por serem detetáveis num tecido exposto (folhas), mais fácil de amostrar, em árvores adultas, do que as raízes, que são o órgão mais afetado pela ação do microorganismo.
Os dados publicados contribuem para a “interpretação biológica da resposta de defesa do sobreiro ao agente patogénico e lançam as bases para uma melhor caracterização do declínio do sobreiro, que é essencial para a sustentabilidade dos ecossistemas de sobro e azinho”. A UAlg contribui, assim, para a “estratégia de desenvolvimento regional”, que tem um importante pilar na fileira agroflorestal.
O trabalho contou com a participação de investigadores do CEOT, do Centro de Ciências do Mar (CCMAR), do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) e do Instituto de Investigação Interdisciplinar da Universidade de Coimbra (IIIUC).
Para a professora Ana Cristina Coelho, estas conclusões revestem-se de primordial importância porque abrem perspetivas de resposta a questões relacionadas com a vitalidade e manutenção dos sobreirais/montados que são ecossistemas florestais de grande importância biológica e económica.
O artigo pode ser consultado na integra aqui: