O Município de Sintra vai reforçar, em 2021, a recolha seletiva de resíduos alimentares, iniciada no passado mês de outubro em áreas piloto da freguesia de Rio de Mouro, alargando o sistema à União de Freguesias de Sintra, Freguesia de Colares e algumas localidades de Algueirão-Mem Martins e da União de Freguesias de Queluz e Belas.
Com o lema “Bio-Recursos: demasiado bons para desperdiçar!”, o objetivo dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS de Sintra) é “abranger mais 25 mil fogos habitacionais”, a juntar aos cerca de “cinco mil (num universo populacional de 15.000 habitantes) que integraram o projeto piloto” que está em curso nas localidades de A-dos-Francos, Albarraque, Bairro da Felosa, Bairro da Tabaqueira, Cabra Figa (de baixo), Casal do Marmelo, Covas, Manique de Cima, Moncorvo de Baixo, Moncorvo de Cima, Paiões, Rio de Mouro (velho), Serradas, Varge Mondar e Várzea.
A empresa municipal vai implementar, ainda, a recolha seletiva junto de alguns agentes económicos, nomeadamente do sector da restauração, e em estabelecimentos de ensino, com circuito dedicado e recolha porta-a-porta, por se tratarem de produtores de grandes quantidades de biorresíduos, refere em comunicado.
“Dos resíduos que produzimos diariamente, cerca de 70% podem ser transformados em novas matérias-primas. Ao fazê-lo pouparemos recursos naturais, geraremos riqueza e garantiremos a sustentabilidade ambiental. Em suma, poremos em prática a Economia Circular. Prosseguir este objetivo é um desafio que só será vencido se for partilhado por todos”, realça Basílio Horta, presidente da Câmara Municipal (CMS) e do Conselho de Administração dos SMAS de Sintra, dando conta que “valorizar resíduos gera mais emprego, melhor gestão dos dinheiros públicos e garante maior comodidade para as populações envolvidas”.
Em 2022, o novo sistema de recolha vai abranger mais 70 mil famílias, envolvendo a totalidade da área urbana do concelho, cumprindo em 2023 a obrigatoriedade da recolha seletiva de biorresíduos, com mais 90 mil agregados familiares, englobando as uniões de freguesia de São João das Lampas e Terrugem e de Almargem do Bispo, Montelavar e Pero Pinheiro.
Para concretizar a Operação “Sintra e os Biorresíduos”, os SMAS já apresentaram uma candidatura ao POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos), relativo a cofinanciamento de investimentos de recolha seletiva e valorização de resíduos alimentares, no valor global de 670 mil euros, e lançaram um concurso de aquisição de equipamentos de contentorização e sacos verdes.
De acordo com os SMAS de Sintra, o projeto desafia os munícipes a efetuarem a triagem dos resíduos alimentares (restos de preparação e confeção de refeições, sobras de alimentos, restos de produtos frescos não embalados, como legumes, frutas, carnes, peixe, e pão e bolos). As famílias aderentes efetuam a deposição dos restos de comida em sacos verdes produzidos com 100% de saco plástico reciclado, que serão acondicionados num pequeno contentor castanho (de 7 litros) também distribuídos pelos SMAS de Sintra. O saco deve ser bem fechado e colocado diretamente nos contentores de resíduos indiferenciados existentes na via pública.
Os SMAS de Sintra procedem à recolha de indiferenciados e à sua entrega na Tratolixo (empresa intermunicipal de Sintra, Cascais, Oeiras e Mafra). Os sacos são depois triados em unidade de tratamento mecânico que, através de sistemas óticos, efetua a separação, permitindo o seu tratamento de forma diferenciada.
Os “Bio-Recursos” recolhidos serão transformados em composto orgânico ou energia, alavancando-se desta forma poupanças públicas e privadas na gestão dos resíduos urbanos, tendo igualmente em vista as metas preconizadas para o país no PERSU 2020+.
“O ,unicípio de Sintra continuará a sua aposta na sustentabilidade ambiental e no cumprimento das metas comunitárias a que estamos nacional e internacionalmente comprometidos”, diz Basílio Horta.