Num “ano atípico” onde todos foram confrontado com desafios impensáveis e imagináveis, a ZERO divulga em comunicado aqueles que, do seu ponto de vista, foram os “cinco factos mais positivos” e os “cinco factos mais negativos” que marcaram 2020. No mesmo comunicado, a associação destaca também “cinco desafios” para 2021, acreditando ser um ano com “algum retorno a uma nova normalidade”, assente nos “princípios da sustentabilidade”.
[blockquote style=”1″]Os cinco factos mais positivos em 2020[/blockquote]
- Publicação, após décadas de atraso, da Lista Vermelha da Flora Vascular de Portugal Continental, colmatando lacunas de quase 30 anos no conhecimento do estado de conservação das plantas vasculares que ocorrem em Portugal.
- Demonstração que os cidadãos estão disponíveis para a transição para a sustentabilidade investindo na melhoria da eficiência energética, tal como ficou expresso na sua adesão ao Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis do Fundo Ambiental.
- Aumento muito significativo da procura de bicicletas no seguimento da disponibilização de incentivos a soluções de mobilidade suave por parte de algumas autarquias.
- Experiência resultante da paragem da economia mundial que permitiu vivenciar uma qualidade ambiental como há décadas não era possível
- Persistência da União Europeia na sua visão assente na sustentabilidade, não obstante todas as pressões para atrasar a transição para um modelo de desenvolvimento circular e centrado na promoção do bem-estar de todos.
[blockquote style=”1″]Os cinco factos mais negativos em 2020[/blockquote]
- Os Planos de Gestão das Zonas Especiais de Conservação que são fundamentais à preservação de espécies e habitats, estiveram em consulta pública apresentando graves insuficiências que decorrem da ausência de conhecimento dos valores naturais protegidos.
- O conflito entre a intenção de mineração em Portugal, sob um quadro legal pouco transparente e sem diálogo com os cidadãos e instituições, e sem uma Avaliação Ambiental Estratégica nacional, que é fundamental para uma exploração sustentável.
- Cedência do Governo à pressão das grandes marcas e dos retalhistas para deixar nas suas mãos a definição da reutilização de embalagens em Portugal.
- A decisão de avançar com o novo aeroporto de Lisboa e o reiterar da intenção de manter a sua construção, mesmo após os efeitos brutais da economia no setor da aviação e do turismo, que é a principal fonte de utilização.
- A pandemia e o agravar das desigualdades sociais entre países e dentro de cada país.
[blockquote style=”1″]Cinco desafios para 2021[/blockquote]
- Potencial da Presidência Portuguesa da União Europeia para a concretização ambiciosa do Pacto Ecológico Europeu nas suas diferentes valências (energia/clima; zero poluição; biodiversidade; mobilidade, agricultura e indústria sustentáveis, entre outras).
- A adoção por parte do Parlamento Português de uma Lei do Clima, que permita inscrever os principais objetivos do Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 na agenda política, garantindo estabilidade e consistência nas políticas a serem implementadas no futuro próximo, independentemente do quadro governativo e das conjunturas do calendário eleitoral.
- Apresentação e implementação da Estratégia Nacional para a Pobreza Energética, com o intuito de finalmente começar a concretizar medidas para combater de forma eficaz este flagelo de atingir uma faixa significativa da população portuguesa.
- A apresentação de um Plano Estratégico para a Política Agrícola Comum para o período 2021-2027 que se distancie do atual modelo de Intensificação agrícola assente em monoculturas, no regadio e no agro-negócio orientado exclusivamente para a exportação.
- Fazer da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas prevista para novembro de 2021 em Glasgow (COP26) um sucesso pós-pandemia, com novas metas por parte dos diferentes países e a perspetiva dos EUA voltarem ao Acordo de Paris já em janeiro de 2021.