A Quercus está “bastante apreensiva” com os atrasos na operacionalização das medidas florestais do Programa de Desenvolvimento Rural – PDR 2020, cujo início estava previsto para o princípio da Primavera mas ainda não têm quaisquer perspectivas para a sua implementação. A Quercus considera que “se perdeu um período fulcral para a execução de acções preventivas contra agentes abióticos e bióticos”, lia-se em comunicado da associação ambientalista.
A disponibilização de financiamento público do novo Quadro Comunitário de Apoio, através do PDR 2020 é “essencial para os proprietários florestais terem acesso a medidas para gestão dos espaços florestais, desde a beneficiação até à arborização com espécies autóctones, assim como para as autarquias locais e entidades gestoras de ZIF implementarem acções de Defesa da Floresta Contra Incêndios, combate a pragas e doenças ou combate a invasoras lenhosas”, observa a Quercus.
Cerca de um terço da verba do PDR 2020 alocada às medidas florestais encontra-se agora comprometida. O concurso encerrado a 3 de Agosto tinha uma dotação orçamental de 210 milhões de euros, sendo 190 milhões de euros referentes ao regime de transição (regra “old rules new money”) e apenas 20 milhões de euros referentes à operação 8.1.3 (Prevenção da Floresta Contra Agentes Bióticos e Abióticos). Este regime de transição tinha como objectivo evitar uma interrupção de candidaturas e da sua execução, “o que não foi conseguido, de forma evidente”, acusa a organização. Já as ajudas às acções de florestação e florestação de áreas ardidas não têm qualquer programa de ajuda o que faz com que não haja qualquer mecanismo para repor a área de floresta ardida nos últimos anos.