A secretária de Estado do Ambiente, Inês dos Santos Costa, participou, esta segunda-feira, na sessão inaugural da segunda edição do ProResíduos – Programa Avançado de Gestão Municipal de Resíduos Urbanos – promovido pela Secretaria do Ambiente, com financiamento do Fundo Ambiental.
“O futuro é distante e muitas vezes invisível. Essa é igualmente uma das caraterísticas intrinsecamente associada aos serviços ambientais, que são apenas visíveis aos mais atentos, e muitas vezes subvalorizados pela sociedade”, lê-se numa mensagem que a secretária do Estado do Ambiente deixou no site ProResíduos.
Inês dos Santos Costa quis chamar a atenção para o facto de, muitas vezes, serem esses serviços fundamentais para “assegurar o futuro”, necessariamente “diferente do passado” e “mais sustentável”, “abordado numa lógica de economia circular e do aproveitamento e manutenção dos recursos em constante utilização”.
Na mesma mensagem, a responsável disse que “muitos dos desafios que hoje enfrentamos – dos mais globais, como as alterações climáticas, aos mais locais, como o saneamento ou a gestão de resíduos – surgem porque por vezes é dada prioridade à internalização de benefícios económicos e sociais de curto praz”. Enquanto “os custos ambientais, na maioria, são externalizados para a sociedade no médio a longo prazo”, sustenta. Para a responsável, as “contas certas têm de ser feitas e refletidas nos custos ambientais”, sob pena de “criarmos desequilíbrios intergeracionais em que os nossos filhos e netos pagam os verdadeiros custos dos nossos desvarios ambientais”.
Os serviços de gestão de resíduos urbanos tiveram um desenvolvimento significativo nas últimas duas décadas: “A recolha de resíduos foi modernizada e é agora mais abrangente e cuidada; ao nível do tratamento, foram feitos avultados investimentos com vista a assegurar o cumprimento das diretivas comunitárias; após anos de sensibilização e de uma maior consciência ambiental das novas gerações, a própria sociedade evoluiu, estando agora mais predisposta a uma mudança de comportamentos e para adotar práticas mais sustentáveis”, lê-se na mensagem. Embora muito se tenha feito, Inês dos Santos Costa disse que cabe à sociedade “reescrever o futuro assegurando que a gestão dos serviços é cada vez mais eficiente e capacitada para aproveitar essa predisposição”. E a “recolha separada das várias frações de resíduos é uma peça chave para assegurar mais e melhor reciclagem e um aproveitamento com maior qualidade dos materiais”. É, por isso, “necessário preparar os técnicos e decisores políticos ao nível municipal para esta importante mudança de paradigma na gestão de resíduos urbanos”. E o programa ProResíduos, financiado pelo Fundo Ambiental, tem esse propósito: “Aborda os aspetos técnicos, jurídicos, económicos e sociais da gestão de resíduos e promove um fórum de partilha das melhores práticas que garante as melhores soluções locais para cada um dos problemas”.
Para Inês dos Santos Costa, o Ambiente conta com os decisores locais na mobilização dos meios e, sobretudo, das populações para este importante desígnio: “Para garantir a sustentabilidade teremos de saber crescer em bem-estar social, valorização do território e economia, mas sempre dentro dos limites que o sistema natural nos impõe. Fazê-lo é garantir competitividade e prosperidade futuras e não temos muitas oportunidades para o conseguir”.