Portugal está a enfrentar as piores condições meteorológicas dos últimos dezasseis anos, um cenário propício à ocorrência de mais incêndios florestais.
O índice de severidade meteorológica – um dos que são normalmente utilizados para descrever as condições de risco para os fogos florestais – está mais elevado do que em 2003, 2005 e 2013, anos catastróficos em termos de área ardida em Portugal. “Este ano é o mais severo dos últimos dezasseis anos”, disse ao jornal Público José Manuel Moura, responsável pelo Comando de Operações Nacional de Socorro da Protecção Civil. José Manuel Moura afirma mesmo que as condições meteorológicas actuais são capazes de criar “grandes problemas em pouco tempo”. “Temos incêndios a arrancar em 20 minutos com uma força brutal”, afirma.
Este ano, contam-se, para já, 43 incêndios com mais de 100 hectares. Os maiores ocorreram em Sever do Vouga, a 2 de Abril, com 1574 hectares de área ardida, e em Tomar, dia 7 de Julho, com 1580 hectares. Os incêndios deste ano consumiram, até 31 de Julho, 28781 hectares de matos e florestas, segundo o último relatório do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) divulgado ontem.
Com a situação meteorológica deste ano, alerta ainda o IPMA, uma nova onda de calor pode complicar substancialmente o trabalho dos bombeiros. Desde Dezembro, tem caído menos chuva do que o normal. O IPMA classificou todos os meses entre Dezembro e Junho como “secos” ou “muito secos”. Os dados para Julho ainda não estão publicados, mas dificilmente fugirão à regra, escreve o jornal Público.
A previsão do IPMA para os próximos dez dias aponta para condições potencialmente mais problemáticas. O tempo deve manter-se quente e seco e a temperatura vai aumentar na generalidade do território continental no fim-de-semana. No Domingo, os termómetros poderão chegar a 40 graus nalguns pontos do país.