A Smurfit Kappa vai participar no projeto inovador HYFLEXPOWER, financiado sobretudo pela União Europeia, cujo objetivo é demonstrar que se pode produzir e armazenar hidrogénio proveniente de energias renováveis, e substituir até 100% do gás natural utilizado atualmente nas fábricas de cogeração.
Segundo a empresa, o HYFLEXPOWER tratará de demonstrar que “o hidrogénio renovável pode funcionar como um meio flexível para armazenar uma energia” que, depois, possa ser “utilizada para fazer funcionar uma turbina industrial de alta potência”. O projeto liderará a implementação do “primeiro protótipo do mundo à escala industrial de conversão de eletricidade em hidrogénio e, novamente, em eletricidade, com uma turbina de gás hidrogénio avançada”, acrescenta a empresa.
No projeto participam várias empresas, como a Engie Solutions, Siemens Gas and Power, Centrax, ARTTIC, o Centro Aeroespacial Alemão (DLR), e as Universidades de Atenas (Grécia), Lund (Suécia), Duisburg-Essen (Alemanha) e UCL de Londres (Reino Unido). O investimento no HYFLEXPOWER é de 15,2 milhões de euros, dos quais dois terços serão financiados pelo Horizonte 2020, o Programa Quadro de Investigação e Inovação da UE.
Laurent Sellier, diretor de operações da Smurfit Kappa Papel na Europa, garantiu que “na Smurfit Kappa, estamos fortemente orientados para a inovação e a melhoria da nossa eficiência energética, pelo que nos sentimos muito orgulhosos por termos sido selecionados para participar neste projeto. A nossa fábrica de Saillat é o local perfeito para esta investigação revolucionária, graças à sua dimensão e ao seu sistema de cogeração dentro do mesmo espaço. Queremos trabalhar com todos os participantes para garantir que o projeto é um sucesso, e preparar o terreno para a transição de um setor energético global de um sistema baseado em combustíveis fósseis para um sistema com emissões zero”.
O projeto HYFLEXPOWER, que constará de várias fases (será construído em 2021 e a prova-piloto será realizada em 2022), desenvolverá novas tecnologias que poderão ser utilizadas em todo o ciclo de conversão de eletricidade em hidrogénio e, novamente, em eletricidade (P2X). O protótipo instalado na fábrica de Saillat, em França, será utilizado para armazenar o excesso de energia renovável, sob a forma de hidrogénio verde. Durante os períodos de elevada procura, este hidrogénio verde armazenado poderá ser utilizado para gerar energia elétrica e libertá-la para a rede.
Ao mesmo tempo que surgiu esta notícia, a Comissão Europeia publicou o seu relatório “Estratégia de hidrogénio para uma Europa neutra em matéria climática”, que descreve a função essencial que o hidrogénio desempenha na iniciativa de conseguir a neutralidade em carbono e na transição energética do Pacto Verde Europeu. Para a Smurfit Kappa, um elemento fundamental para “reduzir o impacto das alterações climáticas” é a “transição global do setor energético de um sistema de produção e consumo de energia baseado em combustíveis fósseis ─ como petróleo, gás natural e carvão ─ para fontes de energia renováveis, como a eólica, a solar e o hidrogénio”. Não obstante, segundo a empresa, uma das maiores dificuldades da transição energética é a “capacidade de armazenar a energia renovável flutuante”.