O ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, acompanhado pela secretária de Estado do Ambiente e pelo secretário de Estado Adjunto e da Energia, esteve esta quarta-feira presente na apresentação do Programa de Neutralidade Energética ZERO do Grupo AdP – Águas de Portugal.
O responsável pela pasta do Ambiente frisa que o Programa ZERO da AdP surge de um “trabalho articulado, feito com muito tempo e consciência, partindo do princípio de que não tinham o conhecimento todo e da necessidade de ir buscar conhecimento de fora e de o interiorizar”. O Grupo AdP poderia tê-lo feito de “outra forma” com recurso ao “outsourcing” mas para o ministro fê-lo da forma correta pois “concentra numa entidade pública um conjunto de procedimentos de gestão das infraestruturas colocando dentro dele, do ciclo da água, este novo saber no que respeito às redes de energia de acordo com o princípio da eficiência”.
Segundo João Pedro Matos Fernandes, “aquilo que o Governo fez e que permitiu à Águas de Portugal chegar onde chegou não foi feito a pensar nas águas” mas antes no “país todo” e “em todos os sistemas”, pelo que “com muita satisfação vemos que também uma empresa que é nossa aproveitou os mecanismos que desenhámos”, nomeadamente, “a começar nas Comunidades Energéticas e a continuar na aposta nos gases renováveis”, como particular destaque para o hidrogénio. Assim, “a gratidão é recíproca e mais da parte do Governo do que o inverso”.
O ministro prosseguiu: “O dinamismo que as Águas de Portugal demonstraram nesta nova forma de gerir, de ser mais eficiente e de aproveitar as ferramentas disponíveis, é de facto um belíssimo exemplo de gestão e absolutamente fundamental quando Portugal já construiu uma parte tão expressiva das suas infraestruturas de água e saneamento.”
“A água é sempre barata, o que é caro é a energia”
“Quando toda a energia for renovável podemos deixar sempre a luz acesa?“, equacionou o ministro avançando logo que a resposta é negativa até porque “não existem materiais na Terra para fabricar os aparatos todos que são necessários para que isso possa acontecer”. Por isso, “a energia mais barata é aquela que não se gasta” e “tenha a fonte que tiver”, renovável ou fóssil.
O responsável defende que “a água é sempre barata” e que, de facto, “o que é caro é a energia” para “captar superficialmente ou subterraneamente [a água], para a tratar e elevar até ao reservatório principal, e a partir daí chegar até às nossas casas”. Assim, “temos de fazer o esforço de ser mais eficientes e encontrar fontes mais baratas para produzir energia” garantindo que essas são “fontes renováveis”.
Matos Fernandes garante que “Portugal vai ser neutro em 2050 mas a década mais exigente é 2020-30” e, por isso, “este é mesmo o timing certo do projeto”.