Segundo um estudo da DS Smith, 44% dos europeus admitem que nem sempre conseguem distinguir quando uma embalagem pode ou não ser reciclada. Esta incerteza faz com que 46 milhões de toneladas (41%) dos resíduos potencialmente recicláveis acabem no contentor de lixo comum e, consequentemente, num aterro no final do processo.
Este fenómeno pode, ainda, ser agravado, num contexto em que o comércio eletrónico apresenta um crescimento exponencial, representando já uma subida de 6% no valor médio de compras em Portugal, no início do mês de maio.
Para fazer face a esta incerteza no momento de reciclar, a DS Smith publicou os seus “Princípios de Design Circular“, com o objetivo de ajudar as empresas a desenvolver embalagens tendo em conta a sua posterior reutilização e reciclagem, de modo a que se torne mais fácil para as pessoas fazer parte da Economia Circular. Estes princípios foram desenvolvidos em colaboração com a Fundação Ellen MacArthur, líder mundial em economia circular.
O medo de reciclar
Numa situação de dúvida sobre a possibilidade de reciclar determinada embalagem, 41% dos europeus preferem “agir pelo seguro” e acabam por colocar os resíduos num contentor de lixo comum. A falta de informação e a sua complexidade nas diversas embalagens é apontada como uma das principais razões para esta dificuldade.
Assim, um total de 39% dos europeus admitiram ter colocado embalagens no lixo geral, quando achavam que poderiam ter sido recicladas, sendo que 24% revelaram como principal razão a falta de clareza do rótulo.
No estudo da DS Smith, estas pessoas são classificadas como “recicladores anti-risco”, destacando que metade da população europeia aumentaria os seus níveis de reciclagem, se a rotulagem de produtos fosse mais clara e evidente. Esta reciclagem “anti-risco” pode custar à economia 1.864 milhões de euros por ano.
Ignacio Montfort, managing director da DS Smith Ibéria, sublinha: “Os cidadãos têm uma grande vontade de ajudar a minimizar os seus impactos na crise climática, mas muitas embalagens ainda não são recicláveis, e as pessoas têm dúvidas de quais devem ir para cada contentor. Lançámos os nossos “Princípios de Design Circular”, com o objetivo de ajudar as empresas a evoluir e a satisfazer as necessidades dos cidadãos. Graças a este conjunto de princípios, podemos desenvolver tendo em conta a reciclabilidade, antever que tipo de resíduos iremos gerar e criar packaging que encaixe num modelo de Economia Circular, facilitando a rotulagem para ajudar os consumidores a reciclar mais.”
“Recicladores esperançosos”
Por outro lado, existem os “recicladores esperançosos”, que representam 27% dos europeus, que, perante a incerteza sobre se as suas caixas, garrafas e recipientes podem ser reciclados, colocam-nos no contentor de reciclagem, na esperança de terem feito o mais correto.
Mais de metade (54%) das pessoas admitiram colocar, indevidamente, lixo na reciclagem e, entre elas, 38% justificaram esta ação pelo seu desejo de reciclar, apesar de não saberem qual o contentor correto.
Quase um terço da população europeia (29%) afirmou que já colocou algo nos contentores de reciclagem que ainda continha comida e bebida, o que contaminará a reciclagem. Além disso, um quinto (21%) dos europeus confessaram que raramente ou nunca verificam os rótulos antes de colocar um produto para reciclar.
A falta de clareza
No entanto, os dois grupos sofrem do mesmo problema, ou seja, regras de reciclagem pouco claras e informações complexas nas embalagens. Neste contexto, os “Princípios de Design Circular” da DS Smith visam, não apenas facilitar a reciclagem, mas evitar a geração de resíduos, prolongar a vida útil de produtos e materiais e contribuir para a proteção do meio ambiente. Tudo isso sob a premissa de que o modelo de Economia Circular beneficia o meio ambiente e pode impulsionar o crescimento da indústria de embalagens.
Os cinco “Princípios de Design Circular” da DS Smith são:
1. Protegemos marcas e produtos – Os designers devem sempre garantir que a embalagem protege eficazmente o seu produto. Produtos danificados devido a embalagens inadequadas têm um impacto económico e ambiental;
2. Não usamos mais material do que o necessário – O uso otimizado de materiais de embalagem economiza recursos e reduz os resíduos;
3. Desenvolvemos para a eficiência do ciclo de fornecimento – Os nossos designers impulsionam a eficiência, desenvolvendo embalagens que facilitam o acondicionamento no transporte durante o processo de entrega;
4. Mantemos os materiais de embalagem em uso – Eliminamos os resíduos, mantendo os produtos de embalagem em uso durante o maior tempo possível. Podemos “fechar o ciclo” para os clientes em 14 dias, reciclando embalagens em novos produtos;
5. Encontramos uma melhor alternativa – capacitamos os nossos designers a desafiar o status quo e a apoiar os clientes na trajetória para uma economia circular.
Para complementar o lançamento dos “Princípios de Design Circular”, a DS Smith disponibilizará um workshop virtual no dia 24 de junho. Para mais informações sobre o evento, clique aqui.