O Agrupamento de Escolas Padre João Coelho Cabanita de Loulé é pioneiro ao nível nacional na criação de uma comunidade energética escolar, com a instalação, na Escola Básica Professor Sebastião Teixeira, em Salir, de uma central fotovoltaica com uma potência de ligação de 40 kW. Apesar de se tratar de uma iniciativa recente (a central está em funcionamento desde agosto de 2019), já permitiu ganhos visíveis: “uma poupança de mais de três mil euros na fatura energética da escola e, por outro lado, evitou a emissão de mais de dez toneladas de CO2 eq”, afirma a autarquia de Loulé em comunicado.
De acordo com este município, este projeto é ainda mais ambicioso porque prevê a “venda do excedente à rede elétrica de serviço público”, com o objetivo de, em breve, “alimentar um fundo de transição energética que permitirá financiar medidas de eficiência energética” no Agrupamento de Escolas Padre João Coelho Cabanita.
O projeto Comunidade Energética Escolar surgiu no âmbito do Conselho Local de Acompanhamento da Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas de Loulé (CLA da EMAAC de Loulé), mais concretamente do Grupo de Trabalho sobre Energia, tendo sido desenvolvido pela Câmara Municipal de Loulé em pareceria com AREAL – Agência Regional de Energia e Ambiente do Algarve. Para além da instalação da central fotovoltaica nesta escola, prevê-se também uma “participação efetiva da comunidade escolar, envolvendo ativamente os seus membros (alunos, professores, pais, o Município e entidades com competências na matéria) para dinamizar novos projetos associados à descarbonização do agrupamento escolar, alimentados pelo fundo de transição energética”, atividade que se estima iniciar no próximo ano letivo com a “realização de ações de sensibilização” na Escola Básica Prof. Sebastião Teixeira. Este projeto tem, assim, igualmente um “carácter pedagógico já que os alunos poderão aprender mais sobre a tecnologia fotovoltaica e energias renováveis, procedendo ao apoio à manutenção da central, através de tarefas básicas, e trabalhando os seus dados em contexto de sala de aula”, refere o mesmo comunicado.
Em sintonia com a política ambiental e de ação climática do Município de Loulé, pretende-se que o projeto Comunidade Energética Escolar seja expandido a outras escolas do concelho de Loulé, estando prevista a instalação de uma potência de 1 MW para geração de energia elétrica a partir da energia solar até final do ano de 2021, permitindo evitar a emissão de mais de 450 toneladas de CO2 eq por ano.
De acordo com o presidente da Câmara de Loulé, Vítor Aleixo, “até ao momento não existe nenhum projeto similar a nível nacional que siga estas diretrizes, pelo que o Município de Loulé poderá assumir uma contribuição para a transição energética através de um modelo participativo inovador, que se vai autoalimentando na sua totalidade, traduzindo-se em novos projetos para a descarbonização”.