Glaciares em todo o mundo estão a desaparecer a ritmos sem precedentes em 120 anos de registos científicos, segundo um estudo publicado hoje no bimestral Journal of Glaciology. Em média, os glaciares estão a perder entre 50 a 150 centímetros de espessura por ano, segundo a publicação citada pela agência France Presse (AFP).
“Isto é duas a três vezes mais que a média registada durante o século XX”, afirmou Michael Zemp, director do Serviço Mundial de Monitorização de Glaciares e principal autor do estudo.
Mais de mil milhões de pessoas, especialmente na Ásia e na América do Sul, obtêm mais de metade da água que bebem do derretimento sazonal da neve e do gelo dos glaciares, segundo estudos anteriores.
O ritmo atual de derretimento dos glaciares a nível mundial não tem precedentes nos 120 anos desde que os cientistas começaram os registos e, provavelmente, por muito mais tempo ainda, acrescentou o especialista. Além disso, a perda acelerada de gelo criou uma dinâmica que faria com que os glaciares de muitas regiões do mundo continuassem a diminuir, mesmo se as temperaturas parassem de aumentar. O recorde de perda de gelo no século XX foi observado em 1998, e já “foi ultrapassado em 2003, 2006, 2011, 2013 e provavelmente também em 2014”, acrescentou Michael Zemp.
O Serviço Mundial de Monitorização de Glaciares compila os resultados de observações de glaciares de todo o mundo, submetidas anualmente por uma rede global de cientistas e observadores.