A Rede Energéticas Nacionais aumentou os lucros em 29% no primeiro semestre para os 75,3 milhões de euros. “A boa performance operacional e financeira da empresa e o facto de termos beneficiado de dois factores extraordinários tiveram influência quer no EBITDA, quer no resultado líquido da empresa”, afirmou Gonçalo Soares, administrador da área financeira da REN, ao Diário Económico.
O EBITDA da REN cresceu 0,8% para os 254,3 milhões de euros, quando comparado com o período homólogo do ano anterior. Já o lucro atingiu os 75,3 milhões de euros, mais 29,2% do que o valor registado no período homólogo de 2014. Gonçalo Soares salienta mesmo que numa base recorrente no período em análise “o resultado líquido até cai 12% para os 63,6 milhões de euros, o que era expectável”. O gestor frisa no entanto que está “bastante satisfeito” com os resultados apresentados. “Revela uma grande estabilidade ao nível do resultados líquidos e grande capacidade para continuar a investir a reduzir o nosso custo da dívida”, sublinhou.
A venda da participação da Enagás, a gestora de infra-estruturas de gás natural (20,1 milhões de euros) e a recuperação de 9,8 milhões de euros relativos a um diferendo fiscal com a Autoridade Tributária que entretanto favorável à REN terão ajudado a catapultar os resultados da empresa nestes primeiros seis meses do ano. E ajudou a contrariar a pressão negativa imposta pelas alterações regulatórias introduzidas para o triénio 2015-2017 no sector eléctrico, além da evolução dos juro e respectivo impacto no mecanismo de indexação que estabelece o valor da taxa de remuneração de activos.
Em relação à contribuição extraordinária para o sector energético (CESE), a REN pagou no primeiro semestre do ano 12,7 milhões de euros. Também o investimento da REN cresceu de maneira expressiva, tendo atingido os 99 milhões de euros, mais 174% do que no semestre anterior. Este aumento, segundo Gonçalo Soares ficou a dever-se “à conclusão da aquisição de duas cavernas de armazenagem de gás natural pertencentes à Galp Energia”. A empresa adianta que esta operação resultou num acréscimo de 2,2% no RAB (base de activos regulados) médio que atingiu os 3.558,8 milhões de euros.
Em termos de resultados financeiros estes atingiram os 44,8 milhões de euros negativos, contra os 51,7 milhões de euros negativos registados no período homólogo. A REN explica em comunicado que esta melhoria é explicada pela “redução sustentada do custo médio da dívida que caiu para os 4%. No primeiro semestre de 2014, o custo médio da dívida era de 4,8%. Também a dívida líquida da REN subiu ligeiramente para os 2.494 milhões de euros, o que traduz um aumento de 1,7% face ao período homólogo do ano anterior. Na base do aumento da dívida está o pagamento dos dividendos de 17,1 cêntimos por acção, que ocorreu em Maio último.