As entidades da sociedade civil e organizações filantrópicas de vários países vão entregar esta quarta-feira ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, uma proposta de ações concretas para a recuperação do oceano. Estas propostas inserem-se na iniciativa “RISE UP – A Blue Call to Action”, um apelo conjunto aos governos e às empresas para avançarem e se comprometerem com ações efetivas pela sustentabilidade do oceano, na próxima Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano, de 2 a 6 de junho, que tem lugar em Portugal.
Na nota enviada à imprensa, este grupo realça que em maio do ano anterior, a Fundação Oceano Azul, a Ocean Unite e a Oak Foundation uniram algumas das principais fundações e organizações não-governamentais dedicadas à conservação do oceano, bem como representantes de comunidades piscatórias e de povos indígenas, com vista a desenvolverem um acordo ambicioso sobre ações prioritárias e soluções necessárias para enfrentar a crise que o oceano atravessa.
Durante a reunião preparatória da Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano, Tiago Pitta e Cunha, CEO da Fundação Oceano Azul referiu, “há muito tempo que andamos a adiar a tomada de decisões cruciais na resolução da crise que o oceano enfrenta, tal como o fizemos com a crise climática. São necessárias ações efetivas e este é o momento de exercer maior pressão para que se concretizem”.
Segundo Karen Sack, Presidente e CEO da Ocean Unite, “Esta é a primeira vez que a sociedade civil, organizações filantrópicas e representantes de povos indígenas e de comunidades piscatórias se unem de forma absolutamente clara e convicta sobre o que é preciso fazer para recuperar o oceano. Para garantir a sustentabilidade do oceano para gerações futuras, a ciência diz-nos que precisamos de fazer muito mais, e os governos e empresas têm que agir. O oceano é essencial para toda a vida na Terra. Temos que aumentar a proteção do oceano, sem demora”.
A capacidade do oceano enquanto sistema de suporte de vida está comprometida, e tem impacto já nos meios de susbsistência de povos indígenas, de pescadores artesanais e comunidades costeiras, deixando milhões de pessoas vulneráveis e em situação de pobreza. A resposta a nível global dos governos e das empresas tem estado muito aquém da escala desta crise.
No ano em que se realizam eventos-chave, incluindo a Conferência das Nações Unidas sobre o Oceano, e terminam vários prazos de concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, o grupo impulsionador de “RISE UP – A Blue Call to Action” vê o ano de 2020 como uma grande oportunidade para a comunidade global se unir e elevar o nível de ambição para a proteção do oceano. As escolhas que o mundo fizer este ano serão críticas na recuperação do oceano até 2030