O especialista em sustentabilidade Craig Bennett afirma que mudar o curso das alterações climáticas é um “enorme teste” à inteligência da humanidade, defendendo que esta terá de ser mais inteligente do que foi no passado neste assunto, conta a Lusa.
“Esperemos que sejamos mais inteligentes do que fomos no passado e nós somos capazes de sê-lo. Mas é um grande teste, um enorme teste para a humanidade alterar o rumo das coisas”, disse o professor honorário de Sustentabilidade e Inovação na Universidade de Manchester, referindo-se às alterações climáticas e falando à margem da conferência “O Novo Bottom-Live“, ontem em São Miguel, nos Açores.
Bennett frisou que o “grande teste para as próximas duas décadas” são as alterações climáticas e as ecológicas, um teste que irá definir se a humanidade é “esperta” ou “inteligente”. “A humanidade acha-se sempre muito esperta: podemos pôr homens na Lua, inventar smartphones e fazer várias coisas espertas. Mas agora também temos de demonstrar que a humanidade é também inteligente”, defendeu.
O CEO da Friends of the Eart (organização ecológica com grupos em Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte) deu o exemplo de ativista sueca Greta Thunberg para justificar que “todos” podem “fazer alguma coisa” no combate às alterações climáticas. “Se olharmos para Greta Thunberg, nunca iríamos prever que uma miúda de 16 anos iria promover as mudanças que ela promoveu. Acho que é apenas um exemplo de que todos podemos fazer alguma coisa. Não temos todos de ser a Greta, mas cada um pode ser um pouco mais Greta nas suas próprias vidas individuais”, sinalizou.
Craig Bennett salientou que os agentes políticos “só atuam quando veem os consumidores e as empresas a agir”, reconhecendo que existem questões relativas à sustentabilidade que “só os governos poderão resolver”. O especialista também apontou a restauração da “abundância na natureza” como “umas das melhores maneiras para ajudar a mudar as alterações climáticas”, uma vez que os ecossistemas ajudam a “sugar o carbono do ar”.
Esta foi a segunda de seis sessões que integram um projeto da Vice-Presidência do Governo dos Açores, através da Sociedade para o Desenvolvimento Empresarial dos Açores, que pretende “formar dezenas de empresas regionais em gestão e liderança para a sustentabilidade”, lê-se na nota de imprensa divulgada pelo executivo açoriano aquando da apresentação do ciclo de conferências.