A Comissão Europeia acaba de aprovar um projeto inovador, com coordenação portuguesa, que visa dar resposta à redução do consumo de energia e a emissão de CO2 em edifícios na Europa. O projeto, que se intitula SUREFIT – Decarbonisation of the EU building stock: innovative approaches and affordable solutions changing the market for buildings renovation “reúne várias entidades em toda a Europa mas será coordenado pelo ISQ, um entidade portuguesa, o que confere a Portugal um papel de destaque e um reconhecimento importante no quadro do desenvolvimento sustentável”, destaca em comunicado Pedro Matias, presidente do ISQ.
O ISQ, irá assim coordenar um consórcio constituído por entidades do Reino Unido (University of Nottingham e PCM Products, ltd), França (Winco Tecnologies), Alemanha (KÖSTER Lichtplanung Ltd), Finlândia (Aalto University), Turquia (Solimpeks Solar Energy Corp), Itália (Emmeti SpA), Polónia (Complex SP ZOO), Espanha (Fundación Santa María la Real del Patrimonio Histórico) e Grécia (Advanced Management Solutions). “O projeto terá início no primeiro semestre de 2020 e tem a duração de 4 anos, contando com um investimento global de 4 milhões de euros”, acrescenta Pedro Matias.
O SUREFIT visa capacitar as indústrias europeias para que sejam pioneiras no desenvolvimento de novas tecnologias avançadas para reabilitação de edifícios.
Pretende-se sobretudo “fornecer soluções ambientais e económicas que permitam reduzir significativamente o consumo de energia e a emissão de CO2 de edifícios. Para tal, são propostos novos modelos de negócio, mercados e oportunidades de emprego numa ampla gama de indústrias de manufatura, energia e construção na Europa”, refere Muriel Iten, Investigadora do ISQ e responsável por este projeto.
O projeto irá não só contribuir “para a excelência europeia no combate à pobreza energética mas também para a melhoria da qualidade de vida dos seus cidadãos, fortalecendo a União Europeia através da colaboração entre indústrias e instituições académicas e de inovação. Fomentam-se assim competências complementares e estimula-se a formação de jovens investigadores”, acrescenta Murial Iten.
O consórcio deste projeto foi considerado pelos avaliadores da Comissão europeia como “altamente complementar e multidisciplinar, composto por instituições de investigação, empresas de design e fabricação, empresa especializadas em controlo e gestão de empresas de edifícios residenciais. Estas competências complementares foram desenvolvidas pelos diferentes parceiros em diferentes países, estando envolvidas diferentes áreas do conhecimento, como engenharia térmica e de materiais, arquitetura, engenharia de construção, manufatura, computação e otimização”, conclui Muriel.
A contribuição do ISQ neste projeto diz respeito, para além da coordenação geral, ao apoio no desenvolvimento de tecnologias (recuperação de calor e arrefecimento evaporativo). Adicionalmente, em conjunto com a Mota Engil, o ISQ vai apoiar a reabilitação profunda do edifício piloto português localizado no Município de Mafra e ainda desenvolver um guião de boas práticas para reabilitação de edifícios com vista ao futuro desenvolvimento de modelos de negócio para diferentes tipologias e áreas geográficas na Europa.
A destacar que o ISQ tem know how nesta área, tendo já participado em projetos internacionais como o Moebius (investigação europeia para otimizar consumos nos edifícios) e o ClimAct (projeto de sensibilização e capacitação de toda a comunidade escolar com o objetivo de se contruírem escolas mais sustentáveis, fazendo face às alterações climáticas). Este último foi recentemente premiado nos European Sustainable Energy Week Awards.