O primeiro-ministro, António Costa, garantiu que o país alcançará a neutralidade carbónica em 2050, mesmo com a expansão do Aeroporto de Lisboa e a construção de uma nova infraestrutura aeroportuária, segundo informação da Lusa.
António Costa respondia a uma estudante num debate no Pavilhão Carlos Lopes, onde decorreram as cerimónias que marcam o arranque de Lisboa Capital Verde Europeia 2020, que incluíram a passagem simbólica do testemunho de Oslo, Noruega, para Lisboa.
“Atingir a neutralidade carbónica não significa emissões zero, significa que as emissões que existem serão devidamente compensadas de forma a haver uma neutralidade entre aquilo que se emite e aquilo que se compensa com as emissões”, começou por explicar o governante, quando questionado sobre a expansão o aeroporto Humberto Delgado e as metas ambientais traçadas.
De acordo com o primeiro-ministro, o Plano de Ação Climática, que prevê a neutralidade carbónica em 2050, “partiu de uma base conservadora”, em que a tecnologia não evoluirá e os aviões nesse ano continuarão a ser tão poluentes como atualmente. “É o cenário mais negativo possível. Porque muito provavelmente vai acontecer com os aviões o que aconteceu também com os outros meios de transporte, quando a tecnologia foi evoluindo e provavelmente os aviões em 2050 não vão ser tão poluentes”, acrescentou.
Mas mesmo admitindo que “ninguém vai conseguir produzir aviões menos poluentes”, o objetivo da neutralidade carbónica será alcançado, garantiu António Costa, referindo que esse objetivo prevê a emissão de 13 milhões de toneladas de dióxido e carbono e o “novo aeroporto vai produzir dois milhões de toneladas por ano”.
O primeiro-ministro argumentou que um país “que tem a posição geográfica de Portugal, que não está no centro da Europa”, e que não pode facilmente substituir a utilização do avião pelo comboio, necessita de um aeroporto novo. “Um país que para além do território continental se produz e se projeta no atlântico, tem de assegurar por via aérea a coesão territorial”, defendeu, referindo também que existem cinco milhões de portugueses espalhados por todo o mundo.
Por seu turno, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, respondendo a uma questão de um outro estudante, disse que não há “possibilidade de ter um aeroporto que seja verde”, mas ressalvou que é possível melhorar os indicadores ambientais face aos atuais.