A Fundação Oceano Azul formalizou um apoio financeiro, até 2022, de 300 mil euros, à Associação Natureza Portugal | WWF, para desenvolver o “Programa Oceanos” a implementar por esta organização.
Com este donativo, a ANP|WWF vai “desenvolver e implementar um conjunto de iniciativas” que contribuam, por um lado, para a “sustentabilidade do oceano, em particular das pescas e áreas marinhas protegidas em Portugal”, e por outro, “capacitar esta organização no processo de evolução para uma ONG ainda mais focada na conservação do oceano, tornando-se numa voz e agente ativo na proteção do oceano”, refere a Fundação Oceano Azul em comunicado.
Ambas as instituições acreditam que o futuro da humanidade “não poderá deixar de passar pela proteção, gestão e exploração criteriosa do capital natural do planeta”, nomeadamente a “gestão sustentável dos recursos pesqueiros, ao mesmo tempo salvaguardando o bem-estar social e económico daqueles que dependem do oceano, nomeadamente da pesca”.
Nesse âmbito, há um interesse mútuo em desenvolver iniciativas em torno do reconhecimento, proteção e promoção sustentável do valor do capital natural do mar. Atualmente, o Programa de Oceanos e Pescas da ANP|WWF, considerado um dos seus pilares estratégicos na conservação, abrange três eixos:
- Pesca Sustentável, através de projetos de cogestão em pescas que contribuam para
uma gestão mais sustentável dos recursos marinhos; - Conservação Marinha, através da promoção das Áreas Marinhas Protegidas, proteção
de Espécies-Bandeira e combate à poluição por plástico; - Consumo Responsável de Pescado.
Segundo a Fundação Oceano Azul, com o donativo agora atribuído, pretende-se que este Programa contribua para a “implementação e cumprimento de políticas internacionais nos setores do oceano e das pescas, a promoção de processos inovadores de cogestão nas pescarias, a implementação de áreas marinhas protegidas, o apoio a iniciativas de conservação de espécies bandeira, como o cavalo-marinho e de espécies alvo de pesca ilegal ou acessória, como tubarões e raias”.
O CEO da Fundação Oceano, Tiago Pitta e Cunha, refere que “o apoio financeiro que asseguraremos à ANP|WWF, durante os próximos três anos, destina-se a capacitar esta instituição para que a sua ação enquanto Organização Não-Governamental se torne ainda mais focada na conservação do oceano e que possa ser mais eficaz não só em Portugal, como em Bruxelas. As ameaças que o Oceano em geral e o Mar Português em particular enfrentam convocam-nos a agir juntos, de forma articulada com o maior número possível de instituições. Acreditamos que a intervenção da WWF Portugal, já inserida na rede mundial da WWF, poderá ser determinante para uma agenda do mar mais forte e para uma cidadania mais ativa e responsável de todos”.
Já a diretora executiva da ANP|WWF, Ângela Morgado, afirma que “este apoio da Fundação Oceano Azul representa um grande impulso para o “Programa Oceanos” em Portugal, permitindo aumentar e capacitar a equipa, desenvolver maior conhecimento sobre as temáticas marinhas e influenciar a política nacional e europeia de forma a ter um impacto efetivo na conservação do oceano”.
Este acordo, formalizado durante a reunião da WWF Internacional Oceans Practice, que juntou, no Oceanário de Lisboa, durante três dias, mais de 40 especialistas em Oceanos da organização vindos de várias partes do mundo, conta com o reconhecimento e apoio da WWF Internacional, representada por John Tanzer, Líder da WWF International Global Oceans Practice, também presente.
A ANP|WWF é a entidade que representa, em Portugal, a WWF Internacional, alinhando a sua missão e atividade com a missão, valores, estratégia de conservação, comunicação e relações corporativas da WWF Internacional. Neste âmbito, a ANP|WWF tem vindo a trabalhar, cada vez mais, sobre política dos oceanos não só a nível nacional, mas também europeu e global.
Desde a sua criação, a Fundação Oceano Azul apoia financeiramente a ANP|WWF em projetos enquadrados na Cogestão e Conservação Marinha, duas das principais prioridades de conservação no contexto do “Programa de Oceanos e Pescas”: os Projetos “Co-Pesca” e “ParticiPesca”, relatórios sobre Áreas Marinhas Protegidas e campanha contra a apanha ilegal do Cavalo—Marinho da Ria Formosa.