A ADENE – Agência para a Energia promoveu no mês de outubro, em Setúbal, um seminário sobre a economia verde e a capacitação de profissionais no setor dos empregos verdes. Este seminário, organizado em parceria com o CINEA – Centro de Investigação em Energia e Ambiente da Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Setúbal (EST-IPS), foi realizado no âmbito do projeto europeu PROGREEN – European Centre E-Training in Green Jobs, cofinanciado pelo programa ERASMUS+ da União Europeia.
O PROGREEN tem como objetivo desenvolver conteúdos formativos em nove áreas distintas dos empregos verdes: Eco-educator, Eco-food Producer, Herbs collector, Consultant for implementing green solutions, Installer of green energy devices, Expert for green energy management, Installer of solar panels, Installer of insulation systems e Designer of ecological sewage treatment plant. Os conteúdos são disponibilizados através de uma plataforma de e-learning, com o objetivo de aumentar o acesso a formações e qualificações, em particular por pessoas em risco de exclusão social.
A ADENE é o parceiro nacional do projeto, que conta também com a participação de organizações da Polónia e Itália: Fundacja Wspierania Rozwoju Edukacji, AFiB Vistula, P.S.P Narew, DIDA SRL e Softronic. O projeto tem a duração de dois anos e os conteúdos desenvolvidos ficarão disponíveis em quatro línguas (inglês, português, italiano e polaco).
O seminário contou com a participação de Zdzislaw Rapacki, Ph.D, Chancellor da Universidade de Vístula, em Varsóvia, na Polónia, que teve a oportunidade de esclarecer quais as tendências de mercado na área dos empregos verdes e qual o papel da economia verde no contexto do European Centre E-training in Green Jobs.
“A economia verde contribui para melhoria do bem-estar humano e redução da desigualdade social, favorecendo em simultâneo a mitigação dos riscos ambientais e o combate à escassez ecológica de recursos”, afirma Zdzislaw Rapacki, explicando ser este o entendimento mais largamente aceite do conceito de economia verde, apesar deste assumir frequentemente significados distintos em diferentes contextos.
De acordo com o ILO – International Labour Organization, a transição para uma economia verde tem potencial para criar cerca de 24 milhões de novos postos de trabalho até 2030, mediante a adoção de políticas favoráveis a essa evolução. Globalmente, cerca de 1,2 biliões de empregos estão dependentes da manutenção de um meio ambiente saudável e estável, nomeadamente os associados à agricultura, pesca ou turismo, atividades diretamente influenciadas pelos processos ambientais naturais.
Em linha com estes dados, um relatório publicado recentemente pelo ILO refuta a teoria de que a transição para uma economia mais verde terá como consequências a destruição de valor económico e a perda de postos de trabalho. Esclarece ainda que o surgimento de novas profissões, associadas à emergência do novo paradigma da economia verde, deverá necessariamente acompanhar o movimento de transição energética. Desta forma, a aposta nas energias renováveis e no reforço da eficiência energética, bem como o desenvolvimento de estratégias, soluções e tecnologias que sustentem as novas necessidades do mercado energético, são questões centrais na construção do novo modelo de economia verde.
Neste contexto e enquadrada no trabalho que desenvolve sobre soluções de energia sustentável, Luís Coelho, Ph.D em Engenharia Mecânica e Coordenador do Mestrado em Energia na EST-IPS apresentou o projeto europeu TESSe2b Project – Thermal Energy Storage Systems for Energy Efficient Buildings, financiado pelo programa Horizonte 2020 da União Europeia.
O TESSe2b tem a finalidade de desenvolver uma solução integrada de armazenamento de energia térmica para edifícios residenciais, utilizando energia solar e geotérmica, tendo em vista corrigir os desequilíbrios entre procura e oferta de energia frequentemente verificados neste tipo de edifícios. Para o efeito, o projeto recorre a várias tecnologias, entre as quais um sistema inteligente para gestão avançada dos consumos de energia.