Um dos momentos do Fórum de Sustentabilidade da Navigator Company, que teve lugar recentemente em Lisboa, foi dedicado às florestas plantadas que, segundo a responsável de Sustentabilidade da empresa, Paula Guimarães, “fazem parte das soluções naturais para a ação climática”.
Paula Guimarães deixa claro que as florestas plantadas não deixam de ser florestas mas que são “construídas pelo Homem”, tendo o seu papel da maior importância para o combate às alterações climáticas, e são uma forma de reduzir a pressão e de “poupar” as florestas naturais que ainda nos restam em algumas geografias. Estas florestas fazem sentido se “forem plantadas nos locais adequados e geridas de forma responsável, tendo em consideração
questões ambientais e sociais, além da maximização da produção e do retorno económico”, frisa a responsável.
Dados do World Wide Fund for Nature (WWF) indicam que embora as florestas plantadas representem apenas 7% do coberto florestal do Planeta conseguem providenciar 33% da madeira comercializada, o que significa que “com uma área muito pequena, as florestas plantadas contribuem com 1/3 das necessidades de madeira, que são a base das diversas indústrias que dela dependem como matéria-prima”. Desta forma, a responsável de Sustentabilidade sugere “aumentar a produção por unidade de área, para que as florestas plantadas possam maximizar o seu contributo”.
A floresta da Navigator e seu compromisso com a sustentabilidade
A Navigator Company gere “uma área muito significativa” de floresta em Portugal, o equivalente a cerca de 110 mil hectares, com o compromisso de torná-la sustentável, ou seja, “que se mantenha produtiva mas que seja possível, através dela, produzir um efeito positivo em termos ambientais e sociais”. A empresa planta entre 2.500 a 3.000 hectares por ano — de eucalipto, pinheiro bravo e pinheiro manso — e os seus viveiros florestais produzem cerca de 10 milhões de plantas por ano.
No que respeita à produção de eucalipto, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) avança que é das que mais contribui para o sequestro de CO2, e Paula Guimarães atenta: “A forma como vamos gerindo o nosso planeamento da instalação ou reflorestação de povoamentos de eucalipto com o que de lá retiramos, com os nossos programas de corte, garante que vamos mantendo uma existência que contribui para este sequestro de carbono ser estável no tempo.” Assim, ao todo, a floresta da Navigator consegue sequestar 5,2 milhões de toneladas de CO2 que é depois transformado em biomassa. A responsável desmistifica que cortar uma árvore não é “matar a árvore”, o que acontece é “colher a madeira das árvores que plantamos, como colhemos o trigo das cearas que semeamos” e que o carbono não desaparece pois “os produtos de base florestal mantém-nos retido por um tempo que depende do seu uso”.
Seguindo o compromisso da Sustentabilidade, a empresa toma as seguintes medidas na “sua” floresta: avalia previamente os possíveis impactos de modo a mitigá-los, contribui para a investigação através do instituto RAIZ, protege os reminiscentes de florestas naturais de restam, realiza sucessivas reflorestações para manter e melhorar as produções, conserva valores naturais e socioculturais, estimula economias regionais e procura transmitir a mensagem da sustentabilidade a outros produtores florestais com quem trabalha. A Navigator investe ainda mais de 3 milhões de euros por ano em silvicultura preventiva e no combate aos incêndios.
A responsável de Sustentabilidade admite que “todas as atividades humanas têm potenciais impactos sobre o ambiente ou sobre as pessoas” mas garante que a Navigator ambiciona que “a floresta em Portugal, além da nossa, produza mais mas com cuidados ambientais e sociais porque só assim se garante a sustentabilidade”.