A economia do Mar, em Portugal, deverá empregar 140 mil pessoas em 2020, mais 42 mil postos de trabalho do que em 2017, segundo as últimas previsões do Instituto Nacional de Estatística (INE), cita a Lusa. A economia do Mar tem apresentado uma trajetória ascendente no que se refere ao número de trabalhadores, pelo menos, desde 2015, ano em que se registavam 80 mil pessoas a desenvolver atividades ligadas ao mar.
Segundo os últimos dados do sistema de contas integradas das empresas – 2017 do INE, disponibilizados na plataforma do Mar, em 2016 registavam-se 88 mil empregos neste setor e mais 10 mil no ano seguinte. Na altura, as estimativas, apresentadas com um intervalo de confiança de 99%, já apontavam para 119 mil postos em 2018, 130 mil em 2019 e 140 mil em 2020.
Por sua vez, o valor acrescentado bruto (VAB), que corresponde ao montante da produção menos os custos e consumos, deverá fixar-se em 4,8 mil milhões de euros em 2020, valor que compara com os 2,7 mil milhões de euros totalizados em 2017. Já as exportações de bens do setor do mar representaram, em 2018, 2.187 milhões de euros, ou seja, mais 25% em comparação com os valores alcançados em 2015.
Os últimos dados disponíveis revelam ainda que desde 2016 e até ao primeiro trimestre de 2019, o programa Portugal 2020 foi o principal financiador do investimento na economia do mar com 736 milhões de euros.
Só em outubro deste ano, através do Mar 2020, que integra o Portugal 2020, foram pagos mais de quatro milhões de euros aos beneficiários, sendo que, no total, são apoiados por este programa 3.604 projetos que envolvem um investimento de 542 milhões de euros. O conjunto dos pagamentos já realizados no âmbito deste programa ultrapassa os 170 milhões de euros de apoio público e representa quase metade (47%) do valor dos apoios aprovados.
A economia do mar, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), gera, anualmente, um VAB em torno dos 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e representa entre 1% a 1,5% dos postos de trabalho mundiais. Já em Portugal, a contribuição do mar para o PIB corresponde a cerca de 5%, com o setor marítimo-portuário a representar “uma parte significativa” desse valor, conforme indicou, esta quinta-feira, a Associação dos Agentes de Navegação de Portugal (Agepor).
De acordo com as estimativas do executivo, apresentadas na anterior legislatura, o volume de investimento público neste setor, desde 2016 e até 2020, será superior a 540 milhões de euros, com os portos comerciais a afirmarem-se como o”principal motor” com mais de 370 milhões de euros de investimento público.
Esta ideia foi, recentemente, sublinhada pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação, que tem agora a tutela dos portos. Pedro Nuno Santos salientou, em declarações à Lusa, que os portos nacionais são “um motor essencial do desenvolvimento do país”. “O mar é e sempre foi um dos nossos maiores ativos enquanto país. Uma marca central na nossa identidade enquanto povo”, acrescentou. Desta forma, os portos constituem-se como “um dos principais elos de ligação de comunidades e de ligação entre Portugal e os seus países parceiros”, acrescentou.
O dia nacional do mar, celebrado no sábado, teve origem na convenção das Nações Unidas sobre o direito do mar, que entrou em vigor em 1994, tendo Portugal ratificado o documento três anos depois.