Durante um debate na conferência "O futuro da Europa é a Ciência", Louise O. Fresco inverteu a pergunta principal, ao dizer que o futuro da Europa também é a ciência e definiu a confiança como um dos principais problemas. "É necessário perceber que há um novo tipo de ciência que inclui o público e a sua participação". De acordo com a Presidente do Centro de Pesquisa da Universidade de Wageningen, a Europa tem uma tradição de diálogo e deve aproveitá-la para dar um exemplo ao mundo e resolver os problemas de confiança. "Existe uma fractura imensa entre a ciência, e o que se sabe, e o público, e o que se considera aceitável. A confiança é o início da ciência e é necessário comunicar e transmitir informações com clareza", defendeu, dizendo que a Europa deve ser exemplo para o mundo e perceber os problemas e os fenómenos para poder abordá-los da forma certa, dando o exemplo das questões bacterianas, um assunto-chave, na medida em que ameaça a segurança e apanha muitos cientistas de surpresa.
"É necessário ter um pensamento disruptivo. A fotossíntese, por exemplo, e perceber como funciona este processo, pode ser a chave para transformar a energia solar em algo consumível", referiu Louise, que aponta que somos bons a pensar os sectores, mas não somos bons a integrá-los. "A integração é um pilar que traz a produtividade, ajuda a tirar o melhor partido dos recursos e ajuda a compreender. É também a forma mais directa da ciência ter impacto".
Segundo Hans Joachim Schellnhuber, Director do Potsdam Institute for Climate Impact Research, é necessário ter uma nova forma de pensar – enlightment – que pense como os sistemas reais. "É preciso crescer além do paradigma e isto é algo que a Europa pode liderar, mesmo que os sistemas sejam caóticos. Os sistemas reais não são eficientes", reiterou, apelando à Comissão Europeia para começar também a perceber como funcionam. Por Rita Bernardo
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