Começou ontem o evento que trouxe a Lisboa cinco mil especialistas, de 97 nacionalidades diferentes, que, até ao próximo dia 26 de Setembro, irão debater os desafios, riscos e oportunidades do sector da água a nível mundial. A abertura do Congresso Mundial da Água, da Associação Internacional da Água (IWA), a decorrer no Centro de Congressos de Lisboa, contou com a presença do Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, e de Ger Bergkamp, Director Executivo da Associação Internacional da Água, que definiu o evento como uma oportunidade de pensar 2030-2050.
“Temos de pensar onde queremos estar e aqui temos oportunidade de fazê-lo do ponto de vista científico, técnico, prático, trabalhando em conjunto e começando as viver de acordo com esses desafios. É importante perceber as soluções que já existem, as soluções que precisam de ser inventadas e a soluções que existem em alguma parte do mundo”, afirmou o Ger, que assinalou como um dos riscos a nível global a falta de segurança no abastecimento de água, que teria um enorme impacto na saúde humana, sustentabilidade ambiental, cadeias de abastecimento globais, estabilidade regional e performance económica.
“O desafio para o sector e para os profissionais é transformar o risco em oportunidade e permitir assim, um futuro sustentável para todos”, declarou, apontando o congresso como o local para descobrir a melhor forma de responder às necessidades e expectativas de biliões de cidadãos em todo o mundo, trabalhando ao nível do acesso e da segurança.
“A inovação não acontece nos laboratórios, mas sim conhecendo as pessoas, através de um compromisso”, realçou Glen Daigger, Presidente da IWA. Já Jaime Baptista, Presidente da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) e Presidente do Congresso nomeou a regulação como uma peça fundamental, destacando o Fórum de Reguladores de Água, evento que reunirá profissionais dos cinco continentes que discutirão a melhor forma de o fazer. “É importante ter metas para a qualidade do serviço, promover a inovação e proteger os cidadãos”.
Já Fernando Medina, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), reforçou o que havia sido dito pelo Ministro, indicando que Portugal, e Lisboa, como exemplo disso, estão a entrar numa nova fase de optimização do uso dos recursos financeiros e ambientais, colocando o cidadão no centro das políticas e promovendo a qualidade de vida. “Fizemos grandes investimentos no abastecimento de água agora é tempo de torná-los sustentáveis e reduzir o desperdício, sendo a mudança de políticas uma prioridade”. Exemplo desta optimização são os incentivos que a CML tem dado para trazer os cidadãos novamente para o centro da cidade, depois de um rápido processo de urbanização, em que Lisboa teve de crescer, nos últimos 30 anos, para responder às necessidades das pessoas.
No final procedeu-se à entrega dos Global Water Awards, que reconheceram o trabalho dos profissionais do sector em diferentes categorias e foi feita uma antevisão dos dias seguintes. Foi ainda apresentado o novo website da IWA. O motivo para a escolha de Lisboa
De acordo com Glen Daigger, a escolha de Portugal recaiu sobre o facto deste ter sido um exemplo por inspirar a mudança e pela qualidade hospitaleira do povo português. “A selecção foi feita em 2008 e 2009 e é verdade que a nível económico, desde aí, aconteceu muito, mas Portugal não parou”, disse.
Um congresso abastecido a água da torneira
A EPAL, um dos patrocinadores do congresso, criou uma garrafa de água de plástico, especial e reutilizável, que não liberta toxinas, bastando apenas lavar a garrafa após a sua utilização. O objectivo, segundo explicou o Presidente do Conselho de Administração José Sardinha, é que os participantes do congresso encham a garrafa personalizada nas estações de água presentes em todo o Centro de Congressos de Lisboa, fazendo deste um evento inteiramente abastecido com água da torneira, cortesia da EPAL. Também os CTT lançaram postais e selos comemorativos do evento, fazendo alusão à temática do uso eficiente da água. Por Rita Bernardo
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