O ministro do Ambiente português disse ontem que a próxima década é “a mais exigente” nas medidas de ação climática, após apresentar o Roteiro para a Neutralidade Carbónica aos parceiros internacionais em Nova Iorque. “A próxima década é a década mais exigente” para que Portugal chegue a 2030 com uma redução em 50% das emissões de carbono e com 80% da eletricidade a ser fornecida a partir de fontes renováveis, disse João Pedro Matos Fernandes aos jornalistas na Organização das Nações Unidas (ONU), onde considerou que o convite para Portugal intervir na Cimeira da Ação Climática foi “esperado e justo”.
O cumprimento daquelas metas vai permitir que, em 2050, 100% da energia consumida seja proveniente de fontes renováveis.
O Roteiro para a Neutralidade Carbónica faz parte da estratégia portuguesa para o ambiente, que põe a tónica no ordenamento do território, para uma distribuição igualitária de recursos, e na “remuneração dos serviços de ecossistema”, para uma transição justa para todo o país. Para o ministro do Ambiente e da Transição Energética, o roteiro “mostra que é possível chegar lá”.
O governante disse ainda que a meta portuguesa está para além do pedido do secretário-geral da ONU, António Guterres, para a redução de emissões em 45% até 2030, colocando Portugal numa posição de liderança. “Somos um país que lidera no mundo”, considerou João Matos Fernandes, acrescentando que a neutralidade carbónica vai contribuir para o bem-estar dos portugueses, além de dar prestígio acrescido ao nome do país, por ser um compromisso internacional em grande escala.
Segundo o ministro, o bem-estar da população vai verificar-se pela “economia hipocarbónica, regeneradora de recursos e que já está a dar provas”, sendo uma economia “tendencialmente menos utilizadora de combustíveis fósseis”.