A Antártida é uma das regiões do planeta que mais tem mostrado sinais de mudanças ambientais bastante rápidas e profundas. Para definir as prioridades científicas para os próximos 20 anos na região, a Scientific Committee on Antarctic Research (SCAR) reuniu 75 cientistas e decisores políticos, de 22 países, no passado mês de Abril. As conclusões e as principais áreas de intervenção para as próximas duas décadas foram hoje publicadas na prestigiada revista Nature.
Esta foi a primeira vez que a Comunidade Antártica Internacional formulou uma visão colectiva, através de discussões, debates e votações. Os cientistas seleccionaram 80 temas repartidos por seis grandes áreas científicas: definir o alcance global da atmosfera da Antártida e do Oceano Antártico, compreender como, onde e porquê a camada de gelo da Antártida (ice sheet) perde massa, revelar a sua história aprender sobre como a vida na Antártida evoluiu e sobreviveu, observar o espaço e o universo e reconhecer e mitigar a influência humana.
José Xavier, do Instituto do Mar da Universidade de Coimbra (UC), foi o único cientista português a participar nesta cimeira científica. “Concluímos que existem ainda muitas questões científicas importantes por responder. É essencial perceber, por exemplo, quais as espécies que nos podem levar a compreender o funcionamento do Oceano Antártico, que espécies poderão extinguir-se no futuro próximo e como as alterações climáticas afectam, e poderão afectar, as pescas no Oceano Antártico”.
Para abordar estas questões levantadas pela comunidade internacional, o investigador da UC defende que “é fundamental haver esforços internacionais coordenados de modo a maximizar o retorno científico enquanto se reduz o impacto humano”.
“
#Opinião: A importância das competências transversais verdes para as carreiras do futuro
Por: Márcio Couto, consultor na INOVA+ O mercado de trabalho global tem vindo a sofrer uma profunda transformação impulsionada pelas...