Foi com grande emoção que o Zoo Santo Inácio, situado em Vila Nova de Gaia, acolheu duas fêmeas de uma espécie ameaçada de extinção, o panda vermelho Ailarus Fulgens.
A grande missão do Zoo Santo Inácio é a conservação de espécies animais e, para tal e, neste caso específico, foi construído um habitat para receber exclusivamente a Shamina e a Khyana, com as condições semelhantes ao seu habitat de origem. Os pandas vermelhos vivem nas montanhas dos Himalaias, entre 2.200 e 4.800 metros de altitude, no Norte da Birmânia, no Nepal, na região de Sikkim na Índia e, nos distritos de Schiuan e Yunnan, na China, em climas temperados e, em florestas delgadas e coníforas, onde geralmente há bambu e árvores ocas.
O panda vermelho, cujo nome se deve ao tom ferrugem do seu pelo, encontra-se ameaçado essencialmente por ação do Homem: destruição de habitats naturais através do desmatamento das florestas onde vivem, caça e comércio ilegal de pelo e outras partes do corpo (nos EUA já há restaurantes que servem carne deste animal), instabilidade política, alterações climáticas, desastres naturais, expansão da população humana na Ásia e a crescente necessidade de terra.
Os Ailarus Fulgens, designação científica, são protegidos e listados no Apêndice II da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Extinção e pela União Internacional de a Conservação da Natureza (IUCN) pois, a sua população continua a decrescer: diminuiu 50% nos últimos 20 anos e apenas existem 2.500 em estado selvagem.
A missão do Zoo Santo Inácio para com esta espécie em particular é, dentro de um plano a médio prazo, preparar as linhagens descendentes, garantindo a genuinidade e perpetuação da espécie, ao abrigo de um programa de Reprodução de Espécies Ameaçadas (EEP) desenvolvido pela Associação Europeia de Zoos e Aquários (EAZA) à qual o Zoo Santo Inácio pertence.
Assente no lema “Preservamos o que conhecemos“, o Zoo elegeu o panda vermelho como a espécie a acolher este ano, de forma a criar proximidade entre o público e o mundo deste animal e, assim apoiarem a Natureza e o Zoo na conservação das espécies animais, principalmente as que se encontram em extinção. Esta forma única de aproximação à vida selvagem permite contribuir para a formação de
cidadãos com uma maior consciência ambiental e uma maior sensibilidade para a preservação do Ambiente e sustentabilidade.
Com a chegada de Shamina e Khyana, o maior Zoo do Norte de Portugal eleva para 42 o número de Programas de Conservação de Animais Ameaçados, envolvendo mais de 150 animais e tendo já proporcionado o nascimento de 90 crias, motivo de muito orgulho para toda a equipa daquele que é também o Zoo com mais área verde do País.