A ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável lança “Décibeis a mais, o Inferno nos Céus“, uma campanha de alerta e sensibilização sobre o ruído dos aviões e o seu impacto na cidade de Lisboa. A ação irá decorrer ao longo de 24 horas, tendo início às 7h da manhã do próximo dia 5 de julho (sexta) e terminando às 7h da manhã de dia 6 de julho (sábado).
A ação decorrerá na zona do jardim do Campo Grande, junto à Avenida do Brasil, onde a ZERO montará um acampamento e realizará medições contínuas ao longo das 24 horas, utilizando equipamento homologado e certificado, e divulgando em direto a informação obtida.
A campanha decorrerá em simultâneo nas redes sociais, onde todos os que o desejarem se poderão juntar à campanha, efetuando também monitorizações via software de medição de ruído, disponível para smartphones, podendo assim também contribuir para uma monitorização cidadã ativa.
A ZERO irá também disponibilizar outros conteúdos chave ao longo das 24 horas, incluindo o que se passa em outros aeroportos da Europa e testemunhos de lisboetas que sofrem diariamente o ruído gerado pelos aviões nas imediações do aeroporto de Lisboa.
“O ruído é uma forte fonte de perturbação da qualidade de vida das pessoas, nomeadamente o ruído noturno, e encontra-se ligado a doenças crónicas, incluindo stress e doenças relacionadas, mas também a perturbações na aprendizagem das crianças, e mesmo doenças cardiovasculares”, relembra a associação.
No início do ano, o Governo português assinou um novo acordo com a ANA – Aeroportos de Portugal que engloba o aumento da capacidade aeroportuária do Aeroporto Humberto Delgado em Lisboa, estando prevista a quase duplicação do número de passageiros, dos atuais 22 milhões para 42 milhões de passageiros por ano, e um com um aumento muito significativo do número de movimentos.
“Os próximos 40 anos não podem ser decididos de forma irresponsável e impune. O funcionamento do aeroporto que sirva a região de Lisboa e o País é demasiado fundamental para a economia, para o turismo e para o desenvolvimento do País, mas também para a saúde de quem vive próximo para ser decidido de forma tão opaca e tão pouco pensada e discutida. Mais do que propor a construção de um outro aeroporto, onde, quando, em que condições, a ZERO exige que o assunto seja amplamente debatido, porque silêncio é tudo menos o que existe nas proximidades da Portela”, defende.