No âmbito do Dia Mundial do Ambiente, a Accenture partilhou com a imprensa um estudo que indica que “mais de metade dos consumidores afirma que pagaria mais por produtos sustentáveis, que possam vir a ser reutilizados ou reciclados”. O estudo da Accenture baseou-se num questionário realizado a seis mil consumidores em onze países da Europa, América do Norte e Ásia.
A pesquisa revela que enquanto os consumidores continuam predominantemente focados na qualidade e no preço, “83% dos inquiridos acredita que é importante ou extremamente importante que as empresas criem produtos que possam ser reutilizados ou reciclados”. Aproximadamente “72% dos consumidores afirma que compra atualmente mais produtos amigos do ambiente do que há cinco anos atrás”, enquanto “81% diz planear comprar mais nos próximos cinco anos”.
Para Pedro Galhardas “temos cada vez mais consumidores dispostos a pagar mais por produtos amigos do ambiente. Esta mudança reforça a necessidade das empresas aumentarem o seu compromisso com práticas de negócio mais sustentáveis”. O managing diretor na Accenture Strategy em Portugal considera que “as organizações de diferentes indústrias começaram a agir com propósito, abraçando a economia circular como uma maior oportunidade para gerar crescimento e agilidade competitiva”.
O estudo da Accenture confirma que a qualidade e o preço são as principais considerações dos consumidores no ato de compra, “89% e 84% dos consumidores” respetivamente, enquanto “49% dos inquiridos referiu questões de saúde e segurança”, e “37% identificou o impacto ambiental”, lê-se no comunicado.
De acordo com o estudo, os consumidores indicam ainda que a indústria química – que tem um papel impulsionador para as tecnologias e materiais recicláveis ou reutilizáveis – carece de preocupação sobre o seu impacto ambiental. Um em cada quatro consumidores (26%) afirmou acreditar que a indústria química é a menos preocupada com o seu impacto no ambiente das nove indústrias incluídas no questionário. 72% dos consumidores afirma também confiar pouco ou nada nas comunicações das empresas químicas em relação ao impacto ambiental dos seus produtos e serviços, em comparação com as restantes indústrias analisadas no estudo.
Rachael Barterls afirma que “enquanto alguns resultados deste inquérito são encorajadores, existem também implicações para as empresas químicas, nomeadamente a necessidade de superarem a perceção negativa que têm junto do consumidor e a necessidade de produzirem materiais sustentáveis a um preço competitivo”. Para o senior managing director na Accenture que lidera a área de Recursos Naturais e Químicos acredita que “a indústria química é um capacitador e pode ser um acelerador fundamental para a economia circular. A realidade é que a indústria tem de estar na liderança destes temas ou arrisca-se a ser ultrapassada”.
O estudo revela ainda que “77% dos consumidores consideram que os plásticos são percecionados como o tipo de embalagem menos amigo do ambiente”, enquanto os “produtos de papel são considerados os mais amigos do ambiente por 55% dos inquiridos”.
Para a Accenture, “responder a estes e outros desafios pode ajudar as empresas a crescer”. Um outro estudo sobre economia circular levado a cabo pela Accenture Strategy, realça que as empresas têm uma “oportunidade de catalisar e capturar uma parte significativa de oportunidades criadas pela passagem para a economia circular”.