As reformas estruturais da produção florestal são fundamentais para garantir o crescimento económico do país. Esta foi uma das conclusões do primeiro estudo prospectivo sobre o sector florestal, que foi ontem apresentado no III Congresso Anual da Associação Para a Competitividade da Indústria da Fileira Florestal (AIFF), que teve como tema “Indústrias de Base Florestal: acrescentando (o) futuro”. O estudo, a cargo da AIFF, simula a evolução da produção nacional das três espécies mais relevantes em termos de área e de abastecimento industrial, na floresta portuguesa, que representam, no seu conjunto 72% da área florestal nacional: o eucalipto, o pinheiro bravo e o sobreiro. Os resultados mostram que existe uma grande diferença entre a oferta e a procura para cada uma das espécies analisadas, sendo a procura sempre superior à oferta. No estudo são simulados dois cenários para o futuro florestal, o de manutenção e o de desenvolvimento. No Estudo são destacados os benefícios do último, tanto para as indústrias de base florestal, como para a sociedade em geral, já que mostra ser possível reduzir significativamente os valores de importação, contribuindo para a sustentabilidade das empresas do sector e, consequentemente, do País. “O desenvolvimento dos sectores da fileira florestal e a sua actual posição nos mercados mundiais estão seriamente ameaçados pelo facto da floresta portuguesa não estar a corresponder satisfatoriamente enquanto fornecedora de matéria-prima” afirmou João Ferreira do Amaral, Presidente da AIFF, em comunicado de imprensa. O estudo mostra ainda a necessidade de inverter as actuais tendências, criando condições que atraiam capital para o sector, promovam o aumento da produtividade dos povoamentos já instalados, contribuam para a existência de novas áreas plantadas e reduzam o risco de incêndio e de ataques de pragas e/ou doenças dos espaços florestais, através do aumento da sua resiliência. Para tal, é necessário implementar quatro reformas estruturais na produção florestal, que são elas: a promoção e capacitação das formas de gestão florestal agrupada, profissional e certificada; o desenvolvimento da investigação, da formação e da extensão; a criação de condições favoráveis para a rentabilidade individual da produção florestal, através de incentivos ao investimento; a reforma estrutural do modo de governação do sector florestal. A nível económico, o sector florestal representa um forte contributo, uma vez que é exportador de bens transacionáveis e que as indústrias florestais são líderes de mercado em alguns segmentos. O Valor Acrescentado Bruto (VAB) do sector florestal representa 1,2% do Produto Interno Nacional. Em 2011, o conjunto das empresas que compunham o sector florestal foi responsável por um volume de exportações superior a 4 mil milhões de euros (9,9% do total nacional) e contribuiu com mais de 1,8 mil milhões de euros para a balança comercial portuguesa. A floresta, e as três fileiras associadas, desempenham importantes funções ao nível dos três pilares da sustentabilidade (económico, social e ambiental), contribuindo para o crescimento económico do País, com particular impacto nas exportações de bens e para o processo de reindustrialização, para a fixação das populações em zonas mais desfavorecidas e com maior risco de desertificação, para a mitigação dos efeitos das alterações climáticas, para a melhoria da qualidade da água e para a conservação dos solos, habitats e da biodiversidade.
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