O consumo de eletricidade recuou 10% em março em relação ao período homólogo, mês em que a produção eólica teve o valor mais baixo desde que há registo em 2011, segundo dados da REN – Redes Energéticas Nacionais.
A queda no consumo de eletricidade em março reflete as temperaturas acima dos valores normais para este mês, quando em 2017 o mês de março foi particularmente frio.
Segundo os dados da REN e aos quais a Lusa teve acesso, no conjunto do primeiro trimestre, o consumo de energia elétrica registou uma quebra homóloga de 3,5%, também por efeito das temperaturas acima dos valores médios para a época.
Segundo a gestora da rede elétrica, a produção eólica registou o índice mais baixo dos registos REN (desde 2001) para o mês de março, de 0,81 (média histórica igual a 1), à semelhança do que já tinha acontecido no mês anterior, não obstante se ter registado no dia 06 um novo máximo instantâneo na produção, com 4.640 MW (megawatts), refere a empresa.
Já o índice de produtibilidade hidroelétrica não ultrapassou os 0,57 (média histórica igual a 1), devido à reduzida precipitação.
No primeiro trimestre, o índice de produtibilidade hidroelétrica situou-se em 0,52, enquanto o de produtibilidade eólica regista 0,88, tratando-se do segundo valor mais baixo dos registos REN, reduzindo assim para 50% o consumo abastecido por fontes renováveis, repartido pela eólica com 26%, hidroelétrica 18%, biomassa 5% e fotovoltaica 1,7%.
A produção não renovável abasteceu 37% do consumo até março, repartido pelo gás natural com 20% e pelo carvão com 17%. O saldo importador abasteceu cerca de 13% do consumo.
No mercado de gás natural o consumo nacional recuou em março 1,9%, devido também ao efeito das temperaturas elevadas, que se fez sentir no segmento convencional, com uma contração de 2,2%.
Já no segmento do mercado elétrico (utilização das centrais elétricas a gás natural) registou-se um crescimento marginal de 0,3%.
No final do primeiro trimestre, o consumo de gás natural registou uma quebra de 7%, com uma contração de 32% no mercado elétrico e de um crescimento de 2,6% no mercado convencional.