A Grande Conferência “Água & Energia”, promovida pela ADENE – Agência para a Energia, levantou o debate entre representantes dos setores da água, da energia e dos edifícios, ficando bem patente a falta de conhecimento, informação e incentivo dos cidadãos portugueses face ao “Nexus Água & Energia”.
“Temos de usar bem os recursos de que dispomos e temos de aprender para poder fazer esse bom uso e essas boas escolhas”. Foi este o “mote final” da Grande Conferência destacado por João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Transição Energética.
Para o ministro, uma melhor qualidade de abastecimento de energia elétrica e uma melhor qualidade de abastecimento da água “correspondem a números totalmente distintos”. Neste sentido, a aposta energética insere-se em “termos de energia elétrica gerada a partir de fontes renováveis”. O caminho que tem de ser feito é “absolutamente simétrico e vamos ter mesmo que ter redes mais densas para podermos ter mais fontes de produção”, acrescenta.
Juntar a água e a energia numa perspetiva de quem consome os dois recursos
João Pedro Matos Fernandes levantou a questão: “Independentemente da condição financeira que temos podemos consumir a energia ou água que queremos?” A resposta do governante foi clara: “Não!” Segundo o estudo das Águas de Portugal, “cerca de 80% dos portugueses, quando lhes perguntam se podem consumir a água sempre que lhe faz falta, eles respondem não”. Neste sentido, existe “absoluta consciência de que há um bem público que é superior aquele que é a utilização direta que fazem de um recurso que é tão escasso, a água”.
Lembrando todos os princípios fundamentais da economia circular, o responsável político considera a questão da educação como “fundamental. A cultura do conhecimento é ela, de facto, quem traz a mudança, tanto na água como na energia”.
Sobre a “ambição” de, em 2040, Portugal ter edifícios comerciais 100% descarbonizados e, em 2050, os edifícios residenciais também terem estas características, João Pedro Matos Fernandes considera um “compromisso político muito denso e muito fundamentado. O país tem de ser mais eletrificado”. Isso significa um “aumento de investimento em redes e no armazenamento dessa energia uma vez gerada” para assim “obteremos o sucesso que desejamos”. No entanto, realça também que “a mudança de comportamentos só é conseguida com mais informação. Os cidadãos têm de ter um consumo mais consciente e informado e é “necessário fazermos um uso parcimonioso de todos os recursos”, afirma.