A Iberdrola deu início ao desvio do rio Tâmega, na localidade de Parada de Monteiros, de acordo com o previsto no programa de construção do Aproveitamento Hidroelétrico do Alto Tâmega, um dos três aproveitamentos que constituem o Sistema Eletroprodutor do Tâmega.
A empresa explica que esta é uma fase “fundamental do projeto”, da qual dependem os “avanços do trabalho da barragem e da central hidroelétrica em toda a zona do leito do rio”. Esta empreitada de construção da barragem de Alto Tâmega está a ser levada a cabo pelo Agrupamento Complementar de Empresas Mota-Engil/Acciona/ Edivisa – Obras do Aproveitamento Hidroeléctrico de Alto Tâmega, A.C.E.
As escavações do túnel foram iniciadas em maio de 2017. Após a sua entrada em funcionamento no dia 10 de outubro de 2018, “o túnel de desvio irá manter-se operativo até à finalização dos trabalhos de construção da barragem e início do enchimento da albufeira de Alto Tâmega, previsto para o segundo semestre de 2021”, refere a nota enviada pela Iberdrola.
O sistema de desvio é constituído por uma barragem “ensecadeira” de montante em betão com cerca de 18 metros de altura, que conduz a água para o túnel, um túnel que tem um comprimento de 250 metros e 7 metros de diâmetro, e, finalmente, uma barragem “ensecadeira” de jusante em aterro com cerca de 7,5 metros de altura, para fechar o trecho do rio que ficará disponível para os trabalhos de execução da barragem e da central.
Toda esta operação de logística de desvio do caudal do rio envolve uma “rigorosa monitorização ambiental, bem como uma aplicação cuidada de medidas de minimização, levadas a cabo por uma equipa de biólogos das empresas Biosfera e Ecovisão”.
A barragem de Alto Tâmega terá uma altura de 106,5 m, uma altura semelhante à do Santuário Nacional de Cristo Rei (Mafra), com uma central a pé da barragem com uma potência total de 160 MW.
O Sistema Eletroprodutor do Tâmega, um dos mais importantes projetos hidroelétricos levados a cabo na Europa nos últimos 25 anos, contempla a construção de três barragens – Alto Tâmega, Daivões e Gouvães – e contará com uma potência instalada de 1.158 MW e com uma capacidade estimada de produção anual de 1.766 GWh.
De acordo com a nota, o “investimento de mais de 1.500 milhões de euros, a construção do Sistema Eletroprodutor do Tâmega está a dinamizar a economia na região”, principalmente nos municípios mais envolvidos no projeto como Ribeira de Pena, Vila Pouca de Aguiar, Cabeceiras de Basto, Chaves, Boticas, Valpaços e Montalegre.