Foi no âmbito de um workshop sobre a potencialidade dos CCS (Carbone, Capture and Storage), que decorreu no âmbito da Green Business Week, para as indústrias intensivas ao nível de consumo de energia, que Frederico Pisco, da área da energia, corporate e projectos industriais estratégicos do grupo Portucel/Soporcel, deu conta da relação da empresa com o consumo de energia, assim como os esforços que têm permitido uma maior optimização do processo e da eficiência energética. Na mesma ocasião o responsável não considerou prioritária a utilização dos CCS pela indústria de pasta e papel da Europa.
Se a indústria da pasta e do papel consome intensivamente energia, por outro lado, a base produtiva assenta em grande parte num consumo em energia renovável. No grupo Portucel/Soporcel, cerca de 70% da energia primária consumida provém de biomassa e a restante percentagem do gás natural, sendo marginal o uso de fuel. “Com este panorama dá para perceber a nossa matriz energética”, indicou Frederico Pisco, “hoje produzimos cerca de 51% da nossa energia eléctrica a partir da biomassa e temos feito um esforço relativamente intenso ao nível da optimização do processo e da eficiência energética que nos tem permitido reduzir ao longo dos anos as nossas emissões por tonelada/produto”. De 2002 a 2014 o grupo reduziu as emissões específicas em cerca de 20%, significando isto para o responsável que há um caminho de optimização feito relativamente à redução de emissões.
De acordo com Frederico Costa, “em termos do que é o sector, em termos de panorama europeu, é importante que as pessoas tenham em conta e percebam que a indústria de pasta do papel. apesar da relevância nacional, o grupo é o segundo maior exportador nacional, estando em 120 países, ao nível das emissões europeias apenas 2% estão afectas a esta indústria”. Este enquadramento serve para o responsável indicar que “o grupo Portucel/Soporcel entende o esforço que é necessário implementar ao nível da indústria para atingir as tais metas de redução de emissões que são particularmente agressivas”, mas “não nos parece que neste enquadramento o CCS tenha prioridade” para a indústria de pasta e papel. Para o responsável essa prioridade deve ser dada a quem tem uma intensidade carbónica muito alta, seja por via opções de natureza tecnológica, seja por via de constrangimentos processual.
“Enquanto grupo industrial temos feito um esforço de redução de emissões e temos duas a três áreas onde o potencial de redução de emissões é particularmente vincado. Falo em áreas específicas do processo produtivo, como é o caso da secagem do papel, que é um processo industrial que sob o ponto de vista do consumo de vapor de calor é altamente intensivo. Há um grande caminho para percorrer nessa área”, considerou o responsável. Frederico Pisco exemplificou então. “Temos em Setúbal uma das máquinas mais eficientes nessa área, ao nível da secagem, com tecnologia inovadora. Mas há um caminho, em termos daquilo que é o sector, a fazer nessa área. A própria integração das bio refinarias, gasificação de biomassa ou na produção dos licores negros para a produção de biocombustíveis, na indústria da pasta e do papel pode contribuir também para o processo de redução de emissões. Este é um processo que estamos a acompanhar apesar de não acharmos que num curto prazo venha a ser uma realidade no grupo”. Por Pedro Chenrim
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