A Quercus alertou as autoridades para a construção ilegal de um caminho em pleno Parque Natural do Tejo Internacional (PNTI) e Zona de Proteção Especial para as aves (ZPE), que destruiu cerca de 2km de habitats de floresta mediterrânica e levou ao arranque de centenas de árvores protegidas e arbustos, bem como a mobilizações de solo numa área sensível e prioritária de conservação desta Área Classificada. No seguimento do alerta da Quercus, as autoridades deslocaram-se ao local e constataram no terreno diversas ilegalidades, nomeadamente a violação do diploma legal que protege a azinheira e do Plano de Ordenamento do PNTI, devido à alteração da morfologia do solo com movimentações de toneladas de terra, ao arranque de centenas de árvores (azinheiras, zambujeiros, etc…) e arbustos, provocando um grande impacte ambiental e paisagístico. No seguimento desta acção, foi levantado um auto e embargada a obra que estava em curso junto ao vale do Rio Aravil, uma das zonas sensíveis do Parque Natural e um dos únicos locais onde nidifica o Abutre-preto em Portugal. O Abutre-preto é uma espécie que está em perigo crítico de extinção, com apenas 11 casais a nidificar em Portugal, dos quais nove estão no Tejo Internacional. "A Quercus reivindica mais fiscalização nas Áreas Classificadas para evitar atentados como este e apela às autoridades para que, ao abrigo da legislação em vigor, exija aos transgressores a reposição da situação anterior", esclarece a associação num comunicado publicado no seu website. "A zona afectada tem habitats e espécies prioritárias de conservação ao abrigo da legislação nacional e europeia. A conservação do património natural único da região é fundamental, sendo uma mais-valia para o desenvolvimento sustentado da região com base no turismo de natureza".
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