Os animais estão a morrer a um ritmo quase semelhante ao da extinção dos dinossauros, há cerca de 65 milhões de anos, devido à actividade humana e às alterações climáticas. Os ritmos de extinção estão, pelo menos, 12 vezes mais rápidos do que o normal, porque as pessoas estão a matar os animais para a sua alimentação, por dinheiro ou mesmo destruindo os seus habitats, disse Anthony Barnosky, professor de Biologia da Universidade de Berkeley, na Califórnia. "Se este ritmo se mantiver inalterado, a sexta extensão terrestre em massa será uma certeza", afirmou à Bloomberg, por telefone. "Dentro de 200 ou 300 anos, três em cada quatro espécies que conhecemos irá desaparecer. Estes dados foram revelados num documentário do Smithsonian Channel e colocam pressão sobre os 190 países que estão reunidos na Conferência das Nações Unidas, no Perú, para discutir os limites das emissões de gases com efeito de estufa e as consequências do aquecimento global. "Podemos fazer, em 400 anos, os mesmos dados que um asteroide fez aos dinossauros", disse Sean Carroll, biólogo responsável pelo Departamento de Ciência e Educação do Instituto de Medicina Howard Hughes, em Maryland, numa entrevista incluída no mesmo documentário. As temperaturas médias globais aumentaram 0,85ºC desde 1880, valor que estima-se que dentro de anos atingirá os 3,7ºC, uma mudança de clima mais rápida do que a introduziu a última idade do gelo, há 10 mil anos atrás. O aumento de temperatura acaba por ter um impacto perverso em alguns animais como os ursos pardos ou as raposas vermelhas, que têm migrado para norte e entrado em contacto com os ursos polares e as raposas do Ártico, como explicou, também no mesmo documentário, Elizabeth Hadly, professora de Biologia na Universidade de Stanford, o que causa um declínio da população de raposas do Ártico, já que as raposas vermelhas são mais agressivas. Já os ursos pardos e ursos polares acasalam e dão origem a crias que, nem são capazes de se camuflar na neve, nem de caçar nos bosques. O número de animais selvagens diminuiu 50% nos últimos 40 anos, maioritariamente porque os humanos se mudaram para os habitats, ocupando o espaço e as fontes de água, de acordo com um relatório do WWF e da Sociedade Zoológica de Londres, divulgado em Setembro. Mas o impacto não acontece apenas em terra, já que os oceanos também estão mais ácidos, o que afecta as espécies marinhas. "Estamos a chegar a um ponto onde as criaturas com carapaça têm dificuldade em constituí-la", disse Sean Carroll."E a extinção nos oceanos vai ter grandes impactos sobre os humanos já que dependemos deles para nos alimentarmos". Até agora, a Terra perdeu 1% das espécies do planeta que cá habitam há 12 mil anos. A curto-prazo, a solução, acreditam os investigadores, pode passar por reduzir as quotas de caça e expandir as reservas marinhas e terrestres. A longo prazo, o consumo terá de ser mais sustentável e descarbonizado. "Ainda temos a oportunidade de salvar muitas espécies, ainda não é demasiado tarde. Mas a janela temporal está a fechar-se rapidamente", concluiu Barnosky.
Fula e EcoX lançam o projeto “Chef Cientista” para incentivar a reciclagem de óleo alimentar usado nas escolas
Fula e EcoX, lançam o projeto educativo "Chef Cientista: Fula + EcoX", uma iniciativa inovadora que leva às escolas a...