A Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, acolhe na terça-feira um evento internacional que visa partilhar experiências e iniciativas de agricultura urbana experimentadas por governos locais, estrangeiros e nacionais, nomeadamente Funchal, Torres Vedras e Cascais, anuncia a “Lusa”.
“O que se pretende é que os municípios saiam de lá [do evento] com ferramentas que lhes permitam desenvolver as estratégias que já estão no terreno e principalmente conseguir conectá-las com várias iniciativas que estão a acontecer, não só dos governos locais, mas também da sociedade civil”, disse à “Lusa” a investigadora Cecília Delgado, voluntária da Quercus especialista em agricultura urbana e sistemas alimentares.
O debate vai contar com a presença de pelo menos 20 municípios portugueses e com a participação de peritos internacionais da Fundação Rede Global para a Agricultura e Sistemas Alimentares “cidade-região” Sustentáveis (RUAF), responsável pela organização do evento em parceria com a Universidade Nova de Lisboa e com o apoio da Quercus. As cidades de Toronto (Canadá), Quito (Equador) e Gent (Bélgica) vão apresentar experiências que estão a realizar, bem como o Funchal, Torres Vedras e Cascais, três dos municípios portugueses que estão a desenvolver iniciativas neste âmbito.
Segundo Cecília Delgado, a cidade do Funchal vai apresentar “algo que em Portugal Continental não é muito comum que é a forma como conseguem criar uma identidade em torno destas questões através de dois concursos, um das hortas das escolas e outro do melhor jardim, e com isso conseguem envolver a comunidade”. Já o município de Torres Vedras “está a trabalhar o abastecimento das cantinas escolares através dos seus próprios agricultores locais”.
Também a cidade de Cascais se encontra a promover iniciativas que vão “desde a produção ao abastecimento de cabazes a muitas iniciativas pedagógicas no âmbito da agricultura urbana e tem um forte apoio político nesse sentido”. Apesar das dificuldades em implementar iniciativas deste género, nomeadamente relativas ao financiamento, a investigadora afirmou que também existem aspetos positivos, como por exemplo “vontade política de que estas coisas aconteçam”, assim como “equipas motivadas nos municípios” para trabalhá-las.