Um relatório do Fórum Internacional dos Transportes (ITF, em inglês) reconhece o papel dos portos na redução de emissões pelo transporte marítimo, mas admite que poucos são os que concedem incentivos a navios mais limpos, avança o Jornal da Economia do Mar.
Dos 100 principais portos internacionais, 28 disponibilizam incentivos para navios amigos do ambiente, refere um relatório recente do Fórum Internacional dos Transportes, que incluí Portugal, integrado na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).
De acordo com o relatório, a medida mais aplicada é a taxa portuária diferenciada em função de critérios ambientais, ou seja, a sua aplicação depende do cumprimento de certos critérios por cada navio e será tanto menor quanto mais amigo do ambiente for o navio.
Outras medidas são: Espanha inclui critérios ambientais nos concursos e licenciamentos de serviços de reboque prestados nos portos. Em alguns portos dos EUA existem incentivos financeiros para navios que reduzem a velocidade na aproximação aos portos e na Noruega existe uma taxa sobre o enxofre, entre outras.
Existem, ainda, poucos dados sobre o impacto destas medidas e os navios que delas beneficiam. No entanto, o número de portos que aplicam estes incentivos é baixo e nos casos em que os aplicam, apenas 5% dos navios que os escalam beneficiam deles.
Mas é certo que os operadores estão a fazer um esforço para tornar os navios mais limpos e aumentar a eficiência das suas operações. O estudo recomenda o reconhecimento da importância do papel dos portos na mitigação das emissões no transporte marítimo, expandir as medidas portuárias favoráveis à redução de emissões pelos navios, relacionar essas medidas às emissões actuais e aumentar a diferença de taxas entre os navios mais limpos e os outros.
O estudo recorda que atualmente as emissões de gases com efeito de estufa por parte do transporte marítimo correspondem a 2,6% das emissões globais.