As alterações climáticas colocam em risco de extinção metade das espécies de plantas e animais existentes nas áreas naturais mais importantes do mundo, como a Amazónia e as Galápagos, de acordo com um estudo divulgado esta quarta-feira, dia 14.
Publicado na revista Climatic Change e antecedendo a Hora do Planeta, o maior evento mundial pelo meio ambiente, os investigadores examinaram o impacto das alterações climáticas em quase 80 mil espécies de plantas e animais em 35 das áreas mais diversas e naturalmente ricas em vida selvagem do mundo.
O estudo explora uma série de cenários futuros com diferentes variáveis climáticas – como um cenário de não-emissões em que a temperatura média global aumenta em 4,5°C, ou um simples aumento de 2°C, o limite superior de temperatura no Acordo de Paris. Cada área foi escolhida pela sua singularidade e a variedade de plantas e animais encontrados.
“Mesmo que o objetivo de 2°C estabelecido no Acordo de Paris seja atingido, esses lugares podem perder 25% das suas espécies”, de acordo com um novo estudo histórico feito pela Universidade de East Anglia, a Universidade James Cook e a WWF.
O relatório conclui que as florestas do Miombo, que abriga os cachorros selvagens africanos, o sudoeste da Austrália e as Guianas da Amazónia seriam as áreas mais afetadas. Se houvesse um aumento médio global da temperatura de 4,5°C, os climas nessas áreas irão tornar-se inadequados para a maioria das plantas e animais que ali habitam.
Caso as espécies se possam mover livremente para novos locais, o risco de extinção local diminui de cerca de 25% para 20% com o aumento de temperatura média global de 2°C. Se isto não for possível, as espécies podem não poder sobreviver. A maioria das plantas, anfíbios e répteis, como orquídeas, sapos e lagartos não podem se mover rapidamente o suficiente para acompanhar estas mudanças climáticas.
Em geral, a pesquisa mostra que a melhor maneira de proteger contra a perda de espécies é manter o aumento da temperatura global o mais baixo possível.