8º Fórum Mundial da Água destaca importância da partilha de informação e da cooperação global
A 8ª edição do Fórum Mundial da Água chegou ao fim no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, no Brasil, no dia 23 de março, um dia após o Dia Mundial da Água.
Ao todo, a edição de 2018 recebeu mais de 10 mil representantes e peritos participaram na cimeira, juntamente com 12 chefes de Estado, 60 ministros, 134 parlamentares, 150 autoridades locais, 83 juízes e promotores, CEOs de diversas empresas que integram a lista Fortune 500 e representantes das Nações Unidas, União Europeia, Banco Mundial, Banco de Desenvolvimento Inter-Americano e outras organizações internacionais. Além disso, mais de 70 mil pessoas visitaram a Feira e a Vila Cidadã do Fórum Mundial da Água. Mais de 172 países estavam representados nas mais de 300 sessões temáticas.
“Tivemos uma participação cidadã fundamental, mas mais importante tivemos o envolvimento de líderes mundiais, ministros e chefes de Estado, autarcas e governadores, todos trabalhando em sintonia com profissionais do setor hídrico. Sendo assim, atingimos nosso objetivo”, explicou o presidente do Conselho Mundial da Água e do Fórum Mundial da Água, o brasileiro Benedito Braga.
Um dos principais propósitos do Fórum é a conscientização e mobilização política por parte dos decisores para as questões hídricas, juntando temas técnicos à ação política. Alguns dos maiores resultados políticos durante o Fórum Mundial da Água incluem a Declaração Ministerial: Um Chamado Urgente Para Uma Ação Decisiva Sobre a Água, validada por ministros de mais de 100 países e que reconhece que todas as nações precisam tomar decisões urgentes para abordar os desafios relacionados à água e ao saneamento, incluindo aí a partilha de conhecimento e o fomento à cooperação entre setores.
A Conferência Ministerial também estabeleceu cooperações multilaterais através de diálogos em mesas-redondas compostos por diversas partes interessadas. A declaração de autoridades locais e regionais, o Chamado para Ação de Governos Locais e Regionais sobre Água e Saneamento de Brasília, que incentiva líderes locais a considerar diversas recomendações para incentivar a governança e a gestão justa e sustentável dos recursos hídricos e o financiamento descentralizado, entre outros, como descrito no guia para as autoridades locais e regionais, o Comece Pela Água.
Da mesma forma, a Conferência Parlamentar do 8º Fórum Mundial da Água publicou o Manifesto Parlamentar, enfatizando seu papel na proposição e defesa da legislação relacionada ao direito à água e ao saneamento. A Declaração de Juízes de Brasília sobre a Justiça da Água é uma declaração de dez princípios fundamentais para promover a justiça hídrica através da aplicação da lei da água e do estado de direito ambiental.
Além disso, a Declaração de Sustentabilidade destaca que as atuais políticas de recursos hídricos não serão suficientes para alcançar as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e pede aos decisores de alto nível da comunidade da água que pressionem para a realização de alianças cooperativas, reformas hídricas e inovações financeiras.