O nitrogénio ou azoto é um elemento indispensável à vida na Terra pois 78% do ar que respiramos é o di-azoto N2, ele faz parte das estruturas do ADN de todos os seres vivos e é indispensável para a produção de alimentos.
De 14 a 17 de novembro, vai decorrer em Portugal o 6.º workshop científico do projeto europeu H2020 “NitroPortugal”, no Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa. Durante estes dias, um grupo de cientistas vai estar reunido para debater este tema e procurar trazer soluções que permitam diminuir a poluição causada pelo nitrogénio, através da redução das perdas para o ambiente.
Segundo a professora Cláudia Marques-dos-Santos Cordovil, do Instituto Superior de Agronomia e responsável pelo projeto: “Neste encontro, vai apresentar-se o trabalho desenvolvido ao longo dos últimos três anos, em que estudámos qual o impacto real do nitrogénio em Portugal, e como podemos poupar milhares de euros através de melhores práticas da sua gestão, que irão contribuir para um melhor desempenho da economia portuguesa.”
“Os cientistas calculam que o uso excessivo de fertilizantes à base de nitrogénio na Agricultura gere prejuízos de cerca de 14 mil milhões de euros na economia da União Europeia UE-27, ou seja, quase 25% do total do orçamento da PAC (Política Agrícola Comum)”, acrescenta.
Uma das atividades apontadas como principal responsável pela emissão de nitrogénio reativo no ambiente é a agricultura. Isto acontece porque mais de metade do nitrogénio aplicado aos solos para produzir alimentos é perdido, porque as plantas não conseguem absorve-lo.
A eficiência de utilização dos adubos minerais é menor do que 50%. Investigadores e governos estão focados na melhoria da eficiência do uso do nitrogénio na Agricultura e na Pecuária, que são as principais fontes de emissões de nitrogénio reativo para o Ambiente.
Em Portugal, o setor primário contribui com 87% do total de emissões de nitrogénio para os cursos de água (rios, lagos, etc), sendo os efluentes de origem animal a principal fonte de poluição, de acordo com dados revelados pela Agência Portuguesa do Ambiente.
Estima-se que menos de 50% do nitrogénio usado na agricultura na União Europeia (UE) é aproveitado pelas plantas, o restante perde-se e é uma fonte de contaminação dos solos, da água e do ar. É importante explicar aos agricultores europeus as vantagens económicas do uso mais eficiente do nitrogénio, para uma economia mais eficiente e um ambiente mais limpo.