Luís Almeida Capão, presidente da Direção da Associação Limpeza Urbana, na abertura do 6º Encontro Nacional de Limpeza Urbana, que se realizou no Funchal e termina hoje, vincou o papel das autarquias perante o conhecimento do território, das pessoas, sendo por isso os melhores interlocutores para ajudar a desenvolver políticas regionais e nacionais com impacto real, conseguindo-se a coesão nacional respeitando a diversidade de cada um.
Para o responsável é necessário “um processo mais rápido de transformação do país rumo a esta coesão”. “Temos pressão demográfica, turística e concelhos que perdem habitantes, temos a necessidade de construir e, ao mesmo tempo, renaturalizar o espaço urbano, temos o reaparecimento do pensamento político totalitário e de cidadania ativa com uma vontade cada vez maior de codecisão de estratégias para a cidade e capacidades de investimento muito díspares”.
Para Luís Almeida Capão há outra premissa para se conseguir avançar rapidamente, “a capacidade de financiamento das medidas que são exigidas aos municípios para alcançar a meta de neutralidade carbónica em 2050 e para já, também, em 2040, e antes disso atingir as exigentes metas de reciclagem que foram impostas pela mais recente legislação”.
Sendo assim orador enfatiza que “é preciso fazer muito mais do que se fez até agora, mas é essencial definir a estratégia para o país e os instrumentos financeiros para podermos lá chegar, impondo-se racionalidade e retorno efetivo do investimento”.
Luís Almeida Capão deixou então um desafio ao secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa, presente na ocasião: “é urgente fazer do Fundo Ambiental um instrumento preciso e eficaz de financiamento das autarquias para que possamos avançar”. Para o responsável estes são os tempos de “querer e saber mais, a inteligência artificial permite-nos alcançar muito mais depressa as metas de descarbonização, de reciclagem e fazer cálculos de modelos de previsão ambiental com base nos dados que recolhemos todos os dias”.
Realçou ainda o responsável, na sua intervenção, que “a participação do setor privado é essencial” neste trajeto, sendo que “o futuro não é só mais tecnológico, pois estarão à frente das soluções os que souberem coordenar todos estes instrumentos com inteligência emocional, convencendo as pessoas e as pessoas a assumirem o compromisso com um presente mais limpo e sustentável”.
Por Pedro Chenrim, no Funchal