No âmbito do Dia Mundial do Lémure, assinalado no passado dia 25 de outubro, o Jardim Zoológico reforçou a participação ativa no Programa de Conservação em Madagáscar, através do envio de três colares GPS para o projeto. Segundo a informação enviada à imprensa, os aparelhos serão colocados em três Lémures-vermelhos (Varecia rubra) que “serão translocados de zonas da floresta, onde se encontram em perigo para áreas protegidas da floresta de Farankaraina, já no próximo mês de novembro”.
O curador de mamíferos e um dos gestores do fundo de conservação do Jardim Zoológico, em Lisboa, José Dias Ferreira afirmou em comunicado que “as coleiras vão permitir que os técnicos que acompanham a translocação possam seguir os grupos translocados e, deste modo, avaliar o sucesso da manobra a curto/médio prazo.”
Iniciado em 2007 pelo Zoo de Doué-la-Fontaine, em França, em conjunto com a ONG Malgaxe Antogil Conservation e com o apoio financeiro e técnico do Jardim Zoológico, em Lisboa, o Programa de Conservação em Madagáscar pretende ainda sensibilizar as populações locais e os turistas na ilha, para a necessidade de preservar a floresta e a biodiversidade local.
Como resultado da desflorestação para a prática da agricultura, restam apenas 5 a 8 % da floresta tropical original que cobria a ilha quase por inteiro, o que faz com que a maior parte das espécies endémicas de Madagáscar se encontrem severamente ameaçadas de extinção. No entanto, devido ao Programa de Conservação em Madagáscar, tem-se verificado um aumento das populações na floresta de Farankaraina, o que faz deste, o local adequado para reintrodução de espécies.
Localizada a nordeste de Madagáscar, em torno da Baía de Antongil, a floresta de Farankaraina é uma das últimas florestas intactas da ilha e oficialmente reconhecida como “zona de conservação regional” pelo governo Malaxe, desde 2009.
O Lémure-vermelho está classificado como “Criticamente em Perigo” pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) e há cerca de 70 anos foi considerado localmente extinto, na floresta de Farankaraina. Atualmente, como resultado do trabalho desenvolvido pelo programa de conservação, podemos afirmar que a espécie está de volta a esta floresta, agora protegida.