A Ambiente Magazine celebra os seus 30 anos e para comemorar esta data especial perguntou a responsáveis dos vários setores no Ambiente que políticas e estratégias consideram que serão preponderantes nos próximos 30 anos. Aqui fica o comentário de Susana Brígido, diretora geral 2BForest.
O setor florestal necessita de uma reflexão colaborativa e institucional para a definição de uma estratégia transparente, visionária e consistente a implementar nos próximos 30 anos, que resulte num pacto setorial que aborde uma série de desafios, incluindo o desenvolvimento sustentável, a mitigação das mudanças climáticas, a gestão eficiente dos recursos florestais, a valorização dos profissionais e a conservação da biodiversidade.
A oscilação entre políticas e instrumentos que surgem “como cogumelos” a cada mudança governativa, sem um caminho definido de longo prazo para todos os agentes do setor, torna Portugal menos eficiente, sustentável e competitivo no mercado internacional, com impactos nos agro-eco-silvo-sistemas, e consequentemente com perda de qualidade de vida no nosso Mundo Rural.
A estratégia deve ser o resultado da análise histórica e crítica de medidas e políticas, assente numa visão sem preconceitos do que queremos para o território, para a economia e para o setor, considerando a interconexão entre os diversos aspetos da gestão agro-eco-florestal, garantindo a participação ativa de partes interessadas, incluindo comunidades locais.
Estamos num momento em que é necessário tomar a dianteira da inovação e digitalização para suporte de um Portugal preparado para enfrentar os impactos das alterações climáticas, com a criação de valor no setor florestal e qualidade de vida para profissionais e populações do Mundo Rural.