A Ambiente Magazine celebra os seus 30 anos e para comemorar esta data especial perguntou a responsáveis dos vários setores no Ambiente que políticas e estratégias consideram que serão preponderantes nos próximos 30 anos. Aqui fica o comentário de Paulo Praça, presidente da Direção da ESGRA.
Desde logo que sejam efetivamente tomadas decisões e opções com base num planeamento estruturado a médio e longo prazo para que daqui a 10, 20 ou 30 anos, independentemente de ajustes e resolução de situações concretas que são inerentes a qualquer realidade, não estejamos a gerir situações com o nível de urgência, como atualmente.
Importa que não se adiem nem evitem decisões tanto a nível nacional como local sobre as melhores e mais sustentáveis opções técnicas e tecnológicas para dotar o país de capacidade para tratar de forma sustentável os resíduos que produz. Vão ser sempre necessárias soluções de tratamento, de transformação e de eliminação, não sendo viável como País e como comunidade evitar a sua existência.
É necessário mudar a forma como se produz, como se consome e como se trata o que resta após o consumo com consciência de que a qualidade do dia de amanhã depende de como gerimos o dia de hoje.
E esta mudança tem que ser interiorizada, tal como o papel do setor dos resíduos na hierarquia das políticas públicas, de modo a canalizar os investimentos que são necessários para novas instalações, para mais e melhores recursos humanos e para digitalizar o setor, que tem um papel fundamental na otimização de recursos.
Em suma, para que a transição no setor dos resíduos ocorra é necessário investir muito para que o setor também possa cumprir o seu papel como agente da transição de paradigma de desenvolvimento.