A Ambiente Magazine celebra os seus 30 anos e para comemorar esta data especial perguntou a responsáveis dos vários setores no Ambiente que políticas e estratégias consideram que serão preponderantes nos próximos 30 anos. Aqui fica o comentário de Rui Pombo, vogal do Conselho Diretivo e diretor regional de Conservação da Natureza e das Florestas de Lisboa e Vale do Tejo, sobre as florestas.
A Política Florestal em Portugal encontra-se, hoje, num período de mudança. As condições decorrentes das alterações climáticas, a contínua dependência dos benefícios ambientais, económicos e sociais das florestas, as expectativas e exigências da sociedade e a crescente necessidade de desenvolvimento das zonas rurais assim o impõem.
As florestas fazem parte da solução para as alterações climáticas, atenuando o impacte de fenómenos meteorológicos extremos e sendo também um fornecedor renovável de matérias-primas, com um papel importante na bioeconomia circular e na criação de emprego.
A gestão de riscos e a monitorização são aspetos que a Comissão Europeia tem vindo a reforçar e que exigem ao ICNF conhecimento de alta resolução do terreno e recolha consistente de informação de apoio ao planeamento e à tomada de decisão, através de um maior investimento no inventário florestal nacional.
Ao nível da concertação intersetorial, o ICNF continuará a atuar nas mais diversas áreas, nomeadamente como parceiro dos Centros de Competências do Sobreiro e da Cortiça, do Pinhal bravo, do Pinhal manso e do pinhão; como coordenador do Grupo de Acompanhamento da Sanidade Florestal; como Organismo de Normalização Setorial no domínio da gestão florestal; e como agente de luta contra a desertificação.
O ICNF continuará a promover e a aplicar a nova política de remuneração dos serviços dos ecossistemas em espaços rurais e a promover o apoio para a atuação dos Centros de Competências do Setor Florestal através do PRR, fundamental para a resiliência do território.
Importa, ainda, dar continuidade aos benefícios fiscais para um conjunto de situações de compromisso dos proprietários com a efetiva gestão florestal e que visem igualmente incentivar a gestão agrupada.
Ao nível da Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas, importa continuar a implementar medidas de gestão florestal para um aumento da resiliência e da vitalidade dos povoamentos.
Só assim será possível ter uma floresta saudável que proporcione os bens e serviços de que a sociedade necessita, agora e no futuro.