3.º relatório do Pacto Português para os Plásticos traz “boas notícias”, mas “há vários desafios em diferentes áreas”

Esta terça-feira, foi divulgado o 3.º relatório de progresso do Pacto Português para os Plásticos, destacando os resultados das ações individuais e coletivas dos seus membros em direção às cinco metas estabelecidas.

Relativamente à Meta 1,”Eliminar os Plásticos de uso único considerados problemáticos e/ou desnecessários”, em que o objetivo é chegar aos 0% destes plásticos, o peso dos mesmos no portefólio dos membros representa 2%, sendo uma notícia positiva. “Esta meta tem vindo a evoluir bem, mantendo uma tendência de decréscimo. Estão identificados os principais itens a intervir e os membros estão a trabalhar para encontrar soluções e alternativas para estes itens, contando com o apoio do Grupo de Trabalho Plásticos de Uso Único, criado pelo PPP”, afirma Patrícia Carvalho, coordenadora do Pacto.

Sobre a Meta 2, “100% das Embalagens de Plástico são Reutilizáveis, Recicláveis ou Compostáveis”, no que toca à reciclabilidade, os membros do Pacto mantiveram os 57% de embalagens recicláveis em relação a 2021, não tendo havido evolução. Apesar disso, os Membros do PPP têm definido roadmaps e estratégias para aumentar a percentagem de reciclabilidade das embalagens de plástico dos seus portefólios, no entanto, estas mudanças exigem algum tempo. Por outro lado, “o facto de ainda não estarem implementados os novos fluxos de materiais para reciclar, como os Termoformados de PET e o PP (rígido), também contribuiu para a estagnação deste valor”, explica Patrícia Carvalho. “Com a entrada em vigor das Novas Especificações Técnicas para os materiais Termoformados de PET e o PP (rígido) será possível melhorar este valor. Se as especificações técnicas já estivessem em vigor em 2022, o valor da reciclabilidade passaria para 73%”.

Ainda no âmbito da Meta 2 e no que toca à reutilização, em 2022, 6% das embalagens colocadas no mercado pelos Membros do PPP, em média, eram reutilizáveis. Este valor baixou relativamente a 2021, em que o valor foi de 7%.

Em relação à Meta 3, “Garantir que 70% ou mais das embalagens plásticas sejam efetivamente recicladas, através do aumento da recolha e reciclagem”, embora tenha havido uma ligeira melhoria, o Pacto Português para os Plásticos considera que ainda está distante da meta, com 38% das embalagens recicladas em 2021 (último ano com dados oficiais disponíveis), e acredita ser crucial aumentar a conscientização e o hábito de separação dos materiais por parte dos cidadãos.

Relativamente à Meta 4, “30% Incorporação, em média, de Plástico Reciclado em Novas Embalagens de Plástico”, em 2022, verificou-se a incorporação de 15%, em média, de plástico reciclado em novas embalagens. Nesta meta regista-se um crescimento de 36% relativamente a 2021, o que é bastante positivo”, afirma Patrícia Carvalho. De referir que 65% dos Membros do PPP que colocam embalagens no mercado, reportaram embalagens com plástico reciclado. As variações de preços nos mercados de plástico reciclado e as questões técnicas e de segurança alimentar para incorporação de reciclado em embalagens alimentares têm sido o maior desafio.

Por último, sobre a Meta 5, “Sensibilização e Educação dos Consumidores para o Consumo Circular do Plástico”, desde o início tem vindo a ser priorizada a sensibilização e educação do consumidor, através de campanhas nacionais, presença online, masterclasses e participação em eventos. O PPP continuará a promover estes materiais, mantendo uma forte presença online e em eventos. Para o futuro, uma reflexão sobre novas campanhas alinhadas com a visão do Pacto para uma economia circular para os plásticos em Portugal.