Ainda não é um “baby boom”. Mas são boas – excelentes, até – notícias, especialmente tendo em conta que falamos de espécies de animais que já tiveram o nome inscrito nos livros vermelhos da extinção. Desde o início do ano, duas espécies em perigo em Portugal – o lince ibérico e a águia-pesqueira – começaram a reproduzir-se na natureza, um passo fundamental para a continuidade destes animais no país, refere o Jornal i.
Em maio, o ICNF confirmou a primeira ninhada de crias de lince ibérico no Parque Natural do Vale do Guadiana. A primeira cria a ser captada pelas câmaras de vigilância do programa de Recuperação da Distribuição Histórica do Lince Ibérico em Espanha e Portugal foi monitorizada pela equipa de seguimento na Herdade das Romeiras, junto da progenitora. A mãe, a fêmea de lince ibérico Jacarandá, nasceu no Centro Nacional de Reprodução de Lince Ibérico, em Silves, em 2012, e foi libertada em fevereiro do ano passado.
Depois de Jacarandá também a fêmea Laguinilla apareceu com bebés. Quatro, que terão nascido entre 2 e 8 de março. Segundo o ICNF, “as ninhadas de quatro exemplares não são muito comuns, nem a sobrevivência de todas as crias ao final do terceiro mês de vida”. Progenitora e crias só se deixaram apanhar numa fotografia de família no início do mês passado.
De Espanha também chegam bons ventos. No final de abril, o Ministério da Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural de Castilla-La Mancha confirmou a presença de linces selvagens bebés nos Montes de Toledo.
Este ano nasceram as primeiras duas crias de águia-pesqueira – também conhecida em linguagem popular como guincho – em Alqueva. A notícia foi avançada pelo CIBIO_InBIO. Desde 1996 que a espécie não se reproduzia de forma natural no país.